segunda-feira, 22 de julho de 2013

PESQUISA DIZ: JOVENS CATÓLICOS GOSTAM DE FRANCISCO E NÃO DA IGREJA.

papa pl Jovens católicos gostam de Francisco, mas não da igreja
Aproximar a sua figura simples e simpática, preocupada com os mais pobres, da instituição igreja Católica, com seus luxos e dogmas ultrapassados, é o grande desafio do carismático papa Francisco que chega na tarde desta segunda-feira ao Brasil para comandar a Jornada Mundial da Juventude.
Duas pesquisas publicadas pela Folha nos últimos dias mostram o tamanho deste desafio. Os papados de João Paulo 2º e de Bento 16, que imprimiram uma forte guinada conservadora à igreja, fizeram grande parte do rebanho católico migrar para outras religiões, como mostra pesquisa Datafolha publicada no final de semana. A igreja Católica, que chegou a representar três quartos da população brasileira em 1994, caiu para o nível mais baixo da sua história. Em apenas 20 anos, este contingente de católicos brasileiros com mais de 16 anos baixou para 57%, enquanto os pentecostais já atingem 19%.
Esta queda é explicada por outra pesquisa publicada hoje pelo jornal mostrando o abismo existente entre o que a Igreja prega e o que seus fiéis pensam. Números da pesquisa do Ibope encomendada pelo grupo Católicas pelo Direito de Decidir, revelam que, em questões como o uso da pílula no dia seguinte (aprovada por 82% dos jovens católicos), a criminalização do aborto (condenada por 62% dos jovens entre 16 e 29 anos) e o apoio de 56% ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, há um extenso cardápio de temas para Francisco enfrentar se quiser recuperar os fiéis desgarrados, especialmente a parcela da juventude que clama por mudanças.
"Há uma defasagem enorme entre o que pensam e praticam os fiéis e as normas da instituição, especialmente no que se refere à moral sexual", explica a socióloga Maria José Rosado, coordenadora do grupo que encomendou a pesquisa ao Ibope. Exemplos: 90% pedem a punição dos religiosos pedófilos, 72% aprovam o fim do celibato e 62%, a ordenação de mulheres _ três temas-tabus sobre os quais até outro dia a igreja não queria nem ouvir falar.
Maria José Rosado conclui: "A multidão de jovens que participará da Jornada Mundial da Juventude sinaliza que vai atrás de um líder carismático, como o papa Francisco, mas não segue a mensagem da igreja".
De hoje até o próximo domingo, no encerramento da Jornada Mundial da Juventude, quando o líder católico fará o último dos seus dez discursos, poderemos ter uma ideia dos caminhos que o papa Francisco e a sua contestada igreja poderão trilhar nos próximos anos.

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