domingo, 14 de julho de 2013

A FILOSOFIA DO RABO DO CACHORRO

O Conselho Federal de Medicina Veterinária proibiu aos profissionais do país de fazer a amputação da cauda de cães. O veterinário que amputar a cauda ou as orelhas de um cachorro estará sujeito a processo ético-profissional. A resolução permite ao Conselho punir com advertência e até cassação do diploma o veterinário que realizar o procedimento. A atitude lembra a figura de Alcibíades, um polêmico general e estadista grego - quatrocentos anos antes de Cristo - que mandou cortar os rabos dos cães com o intuito de ser conhecido e comentado pela população. Indo do sucesso ao fracasso, Alcibíades acabou assassinado.
Inicialmente, nada contra os cachorros e outros animais. Passei a infância na residência da avó, em companhia de todo o tipo de animais: cães, gatos, terneiros, marrecos... Com respeito acompanhava os pássaros construindo seus ninhos e o primeiro voo das pequenas e encantadoras aves.  Eles fazem parte da imensa cadeia da Criação. Em cada criatura, animada ou não, podemos perceber a mão do Criador e cada uma delas tem seu papel no universo. 
Hoje observa-se um fato preocupante. Cresceu o cuidado e a preocupação com os animais e diminuiu drasticamente o cuidado e a preocupação com os seres humanos. Fazem-se leis para proteger os animais e permite-se, pelo aborto, o assassinato de seres humanos indefesos, antes do seu nascimento.
Outra preocupação se direciona às leis. Criamos milhares de leis e não as observamos. O Brasil tem excelentes leis e tudo vai de mal a pior. Quando da Constituinte, que elaborou a Carta Magna de 1988, foi feito um levantamento: existiam mais de 280 mil leis. A mania de legislar continua até hoje. Para cada nova crise, mais leis. Esta, por sinal, é um a atitude típica dos grupos em decadência. Quando uma instituição agoniza, faz-se uma edição completa e atualizada de todas as leis. Talvez por isso, o Brasil está planejando uma Constituinte.
Estadista do Império Capistrano de Abreu (1853-1927) imaginou uma Constituição Federal com apenas dois artigos: “Artigo 1º - Todo o brasileiro deve ter vergonha na cara. Artigo 2º - Revogam-se as disposições em contrário”.
No tempo de Cristo, o judaísmo decadente organizava-se em nada menos de 613 Mandamentos. Tudo isso tendo em vista os Dez Mandamentos do Sinai, que foram reduzidos a dois por Jesus: “Amar a Deus e amar o próximo”. O apóstolo São Paulo, que passou do legalismo para a lei do amor, garante: “A letra mata, só o Espírito dá a vida” .

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