sexta-feira, 19 de julho de 2013

INCERTEZAS NO CAMPO E NA ESTRADA.

Pior do que olhar para trás e constatar que pleitos fundamentais para uma categoria profissional permanecem há décadas à espera de solução, é olhar para frente e não detectar nenhuma possibilidade de que eles venham a ser atendidos em curto ou médio prazo. E isso vale até para providências óbvias.
Agricultor e motorista estão entre as classes que sofrem com a falta de atenção. Mesmo sendo imprescindíveis para a economia do Brasil, como atestam esses dados: cerca de 70% dos alimentos que o brasileiro consome vem de lavouras mantidas por agricultores familiares; mais de 60% do que o país produz é movimentado por transporte rodoviário. Isso quer dizer, no mínimo, que se uma dessas categorias parar, o país para. Apesar dessa relevância, questões simples são adiadas, outras são ignoradas e algumas, muito mal atendidas.
O agricultor quer uma política que garanta renda para o sustento e a dignidade da família. Isso inclui seguro contra anomalias climáticas, preços justos, condições para armazenamento e escoamento – enfim, o que todo país organizado oferece. Como aqui seu apelo não encontra eco, crescem as estatísticas de propriedades rurais abandonadas. Os jovens querem evitar o sofrimento que veem os pais passar e estes desejam futuro diferente para os filhos.
É preciso reconhecer ações governamentais no campo da formação. Mas até o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, alerta: se ficar ao sabor do mercado, a safra brasileira de grãos pode vir a ter como responsáveis apenas 50 mil produtores – hoje são milhões.
Horizonte de indefinições também surge em relação aos caminhoneiros. Já há falta de mão de obra qualificada, lacuna que seria maior não fossem iniciativas da área privada. Segurança na estrada, fretes justos e acesso à renovação de frota demoveriam incertezas que rondam o setor. E devolveriam a inúmeros jovens o sonho de buscar a felicidade no volante de um caminhão.

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