Os índices variam, mas todos os estudos divulgados nos
últimos anos mostram a expansão do volume de acessos ao sistema escolar no
Brasil. Tem mais criança estudando, não há dúvida. As incertezas começam a
aflorar quando se investiga a qualidade da formação desses alunos.
O
Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012, pesquisa realizada pelo
Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa,
revelou que apenas 26% dos brasileiros podem ser considerados plenamente
alfabetizados. Foram entrevistadas duas mil pessoas, de 15 a 64 anos, para
aferir a capacidade de leitura e compreensão de textos e aplicar operações de
raciocínio lógico. O resultado gerou quatro grupos: analfabetos, alfabetizados
em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados.
Os chamados analfabetos funcionais representam 27% da população e os de nível
básico, 47%.
O percentual de alfabetizados em nível pleno é o mesmo
constatado em 2001. Reflete, portanto, uma realidade preocupante: houve avanços
na fase inicial do alfabetismo, mas não o suficiente para atingir o pleno
domínio de habilidades imprescindíveis à inserção na sociedade letrada - e, de
certa forma, no mercado de trabalho.
O estudo também indica que quanto maior
for a renda familiar, menor é a proporção de alfabetizados rudimentares. Mais do
que isso: o esforço para aumentar a escolaridade e buscar o ensino superior não
produz os ganhos de aprendizado esperados.
Fica evidente a opção pela
quantidade, reeditando política adotada no período da Ditadura Militar, quando
multiplicaram-se as vagas em faculdades sem o devido investimento para a
qualificação do ensino. Lamentavelmente, a situação se repete, comprovando que a
educação, classificada nos discursos como alavanca para o sucesso do país, segue
longe de ser real prioridade.
Dados como estes aumentam muito a importância a ser dada a inauguração, neste dia 30 de julho de 2012, de mais uma rosa de Lutero no Campus Arnoldo Schneider da FAHOR - Parabéns, sucesso e longa vida a nossa Faculdade, seus dirigentes, colaboradores e Horizontina, que tanto se orgulha de estar formando profissionais de qualidade para o país e o mundo.
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