terça-feira, 7 de agosto de 2012

PROTEÇÃO DE FONTES GARANTE ÁGUA POTÁVEL


A maior riqueza da propriedade rural, o olho d’água ou mina, normalmente está exposta à contaminação
A água é a maior riqueza da propriedade rural, mas por ocupar o espaço naturalmente, às vezes não recebe a atenção que precisa. As milhares de nascentes se espalham em meio ao mato, campos e até em cultivos, mas a grande maioria “vive situação de abandono”. Nesse meio, a forma mais comum de obter água para o consumo humano é aproveitando as vertentes superficiais ou por meio de poços tubulares profundos e artesianos.
O grande problema é a contaminação. Ela pode ocorrer na própria fonte, no poço, na caixa d’água, na rede de distribuição e até dentro de casa. A poluição vem de várias maneiras, mas as principais são os agrotóxicos (uso próximo ao olho d’água), circulação de animais, insetos, folhas, galhos, terra, ação do homem etc.
Por isso, a vertente deve ser protegida. “A fonte natural precisa estar, no mínimo, a 15 metros da casa, a 30 m da criação de animais e a 45 do sumidouro (local para onde escoa a água)”, detalham os engenheiros agrônomos Neiva Rech e Paulo Facchin da (Smapa).
Passo a passo - Por conta do programa Saneamento Básico Rural, Caxias do Sul é referência em proteção de fontes no Rio Grande do Sul. A equipe da Smapa vai à propriedade e ensina como fazer a proteção da vertente. O primeiro passo é localizar a fonte. Em seguida, drenar e encontrar o olho d’água e fazer a limpeza, retirando o material indesejável (folhas, terra, raízes...).
Após, escolher o local mais baixo e verificar se o terreno é firme. Fixar um pedaço de cano de PVC de 40 mm junto ao chão. “Ele servirá de dreno para futura limpeza”, ensinam. Segue, a construção de uma mureta com mais ou menos 50 cm. Colocar um pedaço de PVC de 25 mm com perfurações internas de 3 mm. “Esta será a saída de água para o depósito (captação)”, observam os agrônomos.
A altura da mureta dever ser superior a 15 cm. “Colocar outro cano de 40 mm, que servirá de ladrão. Acima, assentar mais uma ou duas fileiras de tijolos e finalizar”, orientam.
De acordo com a equipe da Smapa, o agricultor deve esperar dois dias para secar o cimento. Em seguida, precisa fechar os canos e deixar a fonte encher de água para certificar-se de que não há vazamento. Feito isso, encher o local da vertente com pedras e brita. Na primeira camada colocar pedras maiores.
Já a segunda camada deve receber brita nº 2. Fazer com que a brita fique inclinada em direção à mureta de tijolos. As pedras funcionarão como filtro. Adicionar água sanitária (1 litro para cada 10 litros de água) sobre as pedras para higienizá-las. Após, cobrir a camada de brita com lona plástica de modo que a água da chuva escorra para fora da fonte.
Por fim, cobrir a lona com uma camada de terra e grama. Cercar a área da fonte para evitar o acesso de animais. Recomenda-se o plantio de espécies nativas no entorno da fonte. Caso a propriedade trabalhe com fruticultura, optar por nativas não frutíferas. “O objetivo é evitar problemas com pragas, como a mosca das frutas”, alertam os agrônomos. 


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