quarta-feira, 1 de agosto de 2012

FRIO ELEVA A INCIDÊNCIA EM 30%

Oscilações de temperatura e tempo seco são responsáveis por praticamente 90% dos problemas respiratórios que acometem a população durante o outono e o inverno. Mas esse quadro climático também pode desencadear outras doenças: as cardíacas.
Segundo o cardiologista João Vicente da Silveira, as infecções e viroses típicas deste período afetam diretamente a circulação sanguínea. “As infecções respiratórias comprometem todo o organismo e causam um processo de inflamação nas artérias, o que exige um esforço maior do coração, resultando em um desiquilíbrio do músculo cardíaco. Quem já tem problemas cardíacos, acaba ficando mais exposto a infartos”, explica. Esse processo inflamatório também agrava a ateroesclerose, formação de placas de gordura na parede dos vasos, diminuindo seu diâmetro e aumentando os riscos.
Quando o frio entra em contato com a pele, o corpo produz espasmos arteriais para manter sua temperatura natural. Essas contrações causam aumento da pressão arterial e predispõem a formação de coágulos no sangue. “Os espasmos fecham as artérias fazendo com que o coração trabalhe mais para bombear o sangue por todo o corpo”, esclarece Silveira. “Isso pode resultar em uma arritmia, levando a uma angina cardíaca ou a um infarto agudo”, completa.
Dados da Associação Americana do Coração mostram que o inverno aumenta em até 25% a incidência de doenças cardiovasculares. No Brasil, o aumento chega a 30% nos meses frios, segundo os especialistas. Silveira afirma que aproximadamente 30% dos infartos registrados no país são decorrentes das mudanças bruscas de temperatura. Com o frio, o sangue também pode ficar mais denso. “Há registros de acidente vascular cerebral por conta das alterações na densidade sanguínea”, diz o especialista.
Ainda de acordo com o médico, tabagistas, idosos e hipertensos são os mais propensos a desenvolver problemas cardíacos nesta época do ano. “Nesses casos, as chances de sobrevida após um infarto caem pela metade”, afirma o médico. Daí a necessidade de manter os cuidados, realizando os exames preventivos; alimentando-se de forma equilibrada; praticando atividade física, evitando cigarro e álcool. Nas cidades brasileiras mais frias, o cardiologista recomenda que as pessoas mantenham-se mais agasalhadas e consumam bebidas quentes como chás. Caldos e sopas leves também são uma boa alternativa.

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