terça-feira, 12 de novembro de 2013

VIVER A SABEDORIA É TER CLARO O SENTIDO DA CAMINHADA E A CERTEZA DA CHEGADA.

A sociedade vive uma contradição. É a busca do mais na vivência do menos. Gostaria de viajar por toda terra, todos os países, para conhecer todos os povos. O jeito de cada povo viver. Não os grandes grupos humanos, mas cada pequeno grupo que busca sua maneira de viver. Em nosso meio, na sociedade do Ocidente, no Brasil, em todo seu contexto, vivemos uma sociedade de insatisfeitos.
TEMOS MAIS CONHECIMENTO E MENOS SABEDORIA. Os donos do mundo são os donos do conhecimento. Compram o saber. As pessoas estão mais informadas. Sabem muito mais. As crianças nascem num meio de mais conhecimento. Porém, falta a sabedoria, que é a razão do conhecimento, a direção e o porquê do conhecer. A sabedoria penetra no sentido do agir humano. Este caminho está em tormentas e sem pontes. A grande parte da sociedade não sabe de onde veio e para onde está caminhando. Viver a sabedoria é ter claro o sentido da caminhada e a certeza da chegada.
TEMOS MAIS COMPROMISSOS E MENOS TEMPO. É o corre-corre. Parece que o tempo enxugou. Os compromissos, reais ou criados, produzem o cansaço e o desgosto de viver. A atividade humana ficou pesada e perdeu o gosto e o sabor do dia-a-dia.
TEMOS CASAS MAIORES E LINDAS E MENOS GENTE. Casas encantadoras e grandes. Vazias de gente. Solidão. Apenas lugares de se esconder. Pensões. Poucas são as casas-lares com lareiras de convivência. Com o fogo do amor. A vida é fora de casa. A casa é para ser morada. É para se viver o aconchego e a intimidade familiar.
TEMOS MAIS REMÉDIOS E MENOS SAÚDE. As cidades se enchem de farmácias. Há remédios para todas as doenças. Cada pessoa tem uma mini-farmácia. É preciso trocar a mini-farmácia por um laboratório de saúde - alimentos e bebidas saudáveis, ar puro. Vida saudável.
CHEGAMOS À LUA E DESCONHECEMOS OS VIZINHOS. Ninguém melhorou a vida pela conquista da lua. Se os gastos injustos da humanidade sonhadora tivessem sido empregados na construção de casas, todos os seres humanos teriam lugar para morar. Teríamos vizinhos mais felizes para conviver. Na verdade, o longe está perto.
CONQUISTAMOS ESPAÇOS FORA DE NÓS E PERDEMOS O ESPAÇO INTERIOR. Aviões e espaçonaves cruzam e exploram o espaço e dentro das pessoas permanece um espaço desconhecido e vazio. A pequena viagem para dentro de nós se torna inviável porque tudo chama para viajar no fora. As pessoas se tornam coisas em busca de coisas.
TEMOS MAIS LIBERDADE E MENOS ALEGRIA. Há um disfarce muito grande para aparentar alegria: baladas, danças, festas, bebidas, música, programas de humor... Volta-se para casa e o rosto fica carregado de solidão e o coração de vazio. A festa acabou. Quando a festa acaba com a festa, vive-se a eterna busca de momentos de festa, mas na realidade a vida continua uma solidão. É preciso correr menos em busca do mais.

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