quarta-feira, 20 de novembro de 2013

OS DE GRAVATA

Tento não criar raiva e ressentimento com os engravatados, mas está um tanto difícil! Sempre mais, vejo-os como dominadores e exploradores do povo, como chefes que querem se apossar das consciências e das emoções. Chefes e exploradores da insegurança, da pobreza material e espiritual do povo. Chefes e donos das leis e do poder sobre o povo. Em tudo há casos especiais. Há exceções. Benditos e que sejam valorizados os casos especiais, que são poucos, no contexto atual.
GRAVATA CHEIRA A POLÍTICO CORRUPTO. Ver os engravatados andando pelo plenário, mão no bolso, ares de superioridade, tanto deputados como senadores, provoca uma ânsia de vômito em qualquer cidadão consciente e crítico. E saber que isso não tem volta dentro de uma democracia que temos, porque eles continuarão fazendo a democracia para si! Somente um tornado ou furacão escala cinco poderá acabar com esse sistema injusto, que nenhuma eleição vai resolver, nem elegendo anjos, porque as cadeiras já estão contaminadas com o vírus da impunidade e da corrupção. Muito mais enojam as gravatas nesses colarinhos brancos cheios de hipocrisia e falsidade.
GRAVATA CHEIRA A IGREJAS CORRUPTAS. Há exceções. Nem dá para entender como um São Francisco de Assis esfarrapado cabe ao lado de um Edir Macedo, de um RR Soares e de tantos outros pastores e sacerdotes engravatados que se tornam donos da Palavra de Deus, donos do tempo na mídia, donos das verdades, donos das igrejas e donos da insegurança e desespero das pessoas.
Deverão aparecer - e sempre aparecem em tempo oportuno - Cristos e profetas que entrem nos templos de todos os tipos para derrubar as mesas da exploração religiosa. Para gritar bem alto: “Minha casa é casa de oração e não lugar de negócios”. Os templos se tornaram os shoppings sagrados que enriquecem os donos das igrejas. É só constatar os fariseus, de vestes bonitinhas, de sapatos vermelhinhos e de gravatas e ternos encantadores! E o povo aplaude e chora!
GRAVATA CHEIRA A INJUSTIÇA. Juízes, advogados, promotores e toda uma “família abençoada” pelas leis injustas, que julgam simplesmente pela lei e deixam de lado o humano e a caridade. Sabendo que a única lei que deve reger todas as leis é o mandamento do amor, pode-se perceber que a gravata da justiça se tornou a gravata da injustiça e do desamor. A impunidade e o “deixa passar o tempo” se tornaram os instrumentos de nosso judiciário que se privilegia com a injustiça.
GRAVATA CHEIRA A PESSOAS PRIVILEGIADAS. Não radicalmente, mas até certo ponto, podemos dividir nossa sociedade entre engravatados e os sem-gravata ou entre privilegiados e excluídos. O fato é que os dez por cento de engravatados dominam os noventa por cento despidos de seus direitos de sobreviver com dignidade. E ainda os dez por cento se dão o direito de pisar e condenar os noventa por cento que se atrevem a fazer manifestos, greves e insurreições!

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