quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A FELICIDADE EXISTE BASTA BUSCAR O TESOURO.

Um pequeno avião monomotor sobrevoava intrincadas florestas entre Goiás, Mato Grosso e Pará. O avião começou a apresentar um pequeno, mas perigoso, problema. O piloto tratou de perder altura. A referência mais clara era o majestoso Araguaia. Mais perto do solo percebeu pequenas ilhas no leito, quase seco, do rio. Uma delas era mais extensa e possibilitou o pouso. Sem maior problema, o defeito foi sanado. Antes de retomar o vôo, o piloto caminhou pela encantadora ilha, cercada de pequenas praias de areias brancas. Numa enseada, um pequeno remanso de água e, no fundo, centenas de pequenas pedras, de cores e tamanhos variados. Ele escolheu algumas delas. Levaria para sua filha como presente.
Meses depois, um joalheiro, que visitava a família, viu a menina brincando com as pedrinhas. Quis saber de onde eram. E garantiu que eram pedras de grande valor, pedras preciosas e, na jazida, deveriam existir outras, valendo uma fortuna... A partir desse dia, o piloto fez dezenas de vôos sobre a área. Foi inútil. Uma grande cheia no rio Araguaia liquidara as ilhas, e seus diamantes, agora sepultados para sempre, a algumas centenas de quilômetros do local ou mesmo no fundo do oceano.
Assim é a vida. Um dia encontramos a ilha da felicidade e nela pedras preciosas: amor, felicidade, ideal... Despreocupados, ignoramos o garimpo, não sinalizamos o local, não colocamos uma placa com a inscrição: esta ilha é minha. Com seus inimagináveis tesouros, a ilha é perdida para sempre. Um dia, um joalheiro chamado “tempo” nos mostrou com clareza onde teríamos encontrado a felicidade. Num quarto de hora, quem sabe, fomos uma das pessoas mais ricas do planeta. Agora é tarde. É inútil procurar a ilha, sepultada no passado.
Também é possível que essa ilha não se situe no passado, mas no futuro, mais que saudade, pode ser uma esperança. Ser feliz é o maior de todos os sonhos possíveis. É o mais profundo anseio do ser humano. Não há receitas prontas ou coletivas. É uma busca, uma realização de cada pessoa. Ao longo da vida aparecem muitos indícios. Nenhum deles pode ser desprezado. É uma busca pacienciosa. Vale uma vida.
Não há sinalizações claras, mas indícios da ilha da felicidade: o amor, a partilha, o serviço... Sinalização falsa: querer ser feliz. Muito mais inteligente é querer fazer felizes os outros.
E não se pode esquecer um componente indispensável, referência necessária para a busca do tesouro: Deus. De resto, é preciso ter a convicção de que a felicidade existe. Não pode ser confundida com dinheiro, poder, glória ou prazer. Não podemos imaginá-la fora e longe de nós. Ela se situa dentro de nós, em nosso coração. Nem mesmo o fato de não tê-la encontrado até agora legitima o desânimo. Vale a pena buscá-la, mesmo que chegue no último minuto da vida.

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