segunda-feira, 4 de novembro de 2013

UM JEITO DE VIVER É OPTAR PELO BEM.

Ao voltar do cemitério depois de passar por varias sepulturas me ocorreu este texto, que comparto com você. Algumas inscrições captam a atenção e desencadeiam profundas reflexões. Essa ‘movimentação’ interior permite adentrar num campo que é muito particular: a interioridade humana. É um mundo que adquire o formato da individualidade; espaço de solidão, sonhos, arquivo de confidências, lugar da transparência. Uma simples palavra ou a letra de uma canção pode elevar o pensamento ou reportar a longínquas paragens, sem que a pessoa saia fisicamente do lugar. O ser humano é simplesmente fantástico.
Dias atrás, num muro, uma inscrição prendeu minha atenção e evocou reflexões: “Aqui se acabam riqueza, orgulho e vaidade.” Seria apenas mais uma frase se a mesma não se referisse ao cemitério, espaço onde jazem os entes queridos. O lugar do ‘descanso final’ iguala a todos. Não há mais distinção. Mesmo que algumas sepulturas possam ser ostentação, o fim último não discrimina, todos são visitados e convocados para o definitivo.
A caminhada terrena é feita de muitas escolhas. Há quem imagina durar para sempre. Não aceita refletir sobre o fim. Vive como se não precisasse de ninguém, apega-se ao que terá que ser deixado por aqui mesmo. Não tem uma boa relação com o tempo, procura esconder o número de anos, evita pensar na partida. Um dia, porém, será necessário partir. Um ponto final será colocado. Termina a riqueza, o orgulho e a vaidade. Permanece somente o essencial.
Muito já se falou e muito ainda será comentado sobre essa verdade denominada morte. Evidente que a preocupação maior sempre será a vida. Não há necessidade de passar os dias imaginando ou sofrendo por se aproximar do momento final. Querendo ou não, o veredito será dado. Sem a possibilidade de levar alguma bagagem, o passaporte será o bem realizado. Em rápidos segundos, as boas obras são agrupadas e sintetizadas. Daqui só se leva o bem que se faz.
A transitoriedade pode favorecer escolhas e posturas que engrandecem a vida. Negar o término da existência, neste mundo, não ajuda em nada. Viver valores que vão além do tempo parece ser sinal de inteligência. Um jeito criativo de viver é optar pelo bem e não cansar de recomeçar a cada amanhecer. A bondade é como uma luz que afasta a escuridão do orgulho e da vaidade. Afinal, permanecerão para sempre as marcas de saudades, bem querer e de eternidade.

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