quarta-feira, 4 de setembro de 2013

"SÓ UMA VEZ"

Um menino de cinco anos recebeu na escola uma tarefa: fazer um desenho sobre sua família. Ele desenhou o pai, a mãe e, naturalmente, ele mesmo. Fez um círculo vermelho ao redor e percebeu que faltava alguma coisa. Chegando em casa, pegou a folha e dirigiu-se à mãe, que preparava a janta. Mãe, como a gente escreve... Irritada a mãe observou: não vê que estou ocupada! Vá brincar lá fora e feche a porta. E o menino guardou o desenho no bolso e foi brincar com o cachorro. No dia seguinte, tentou de novo, desta vez com o pai. Desenho na mão, o menino pediu: pai, como se escreve... Que coisa mais idiota, resmungou o pai, não vê que estou lendo o jornal. Vá brincar lá fora e fecha a porta! E o menino, mais uma vez, foi brincar com o cachorro! No dia seguinte, na escola, disse que não conseguira fazer o dever.
Passaram-se 28 anos e o menino tornara-se adulto, casado, com diploma universitário. Estava preparando, no computador, defesa para um cliente numa questão importante. A filhinha - cinco anos - puxou sua camisa e quis saber: pai, como se escreve amor? E o pai voltou no tempo, recuperou seu visual com cinco anos. Depois tomou a filhinha no colo, beijou-a ternamente e disse: o pai vai te ensinar como se escreve amor. E guiando os pequeninos dedos da filha no teclado, escreveu a palavra mágica - amor - e depois ampliou-a o máximo que podia, colorindo-a de verde. E a menina saiu em disparada e gritou: mãe, eu já sei escrever amor. E entregou-lhe a folha. Ao pé da página uma frase, que não fazia sentido para a criança, mas que a mãe compreendeu perfeitamente: Amor se escreve com estas letras: tempo.
A família moderna quase não tem tempo. Muitas vezes pai e mãe trabalham fora. Em casa existem muitas atividades, além da novela, do futebol e do noticiário. E os filhos precisam buscar as respostas e o carinho fora de casa. No passado, a criança lia a vida através dos olhos dos pais, da professora e do padre. Hoje, família, escola e igreja têm sua importância drasticamente reduzida e os filhos buscam fontes alternativas, muitas vezes poluídas.
A educação dos filhos é a tarefa mais importante dos pais. Eles precisam lutar pela vida, mas têm obrigação de reservar tempo e amor para os filhos. O verbo amar precisa ser conjugado em todos os tempos e modos. Tempo é questão de preferência. Quantidade e qualidade precisam marcar o tempo.
Um grande educador, Padre Charboneau, escreveu precioso lembrete, intitulado “Só uma vez...”. “Só uma vez teu filho terá três anos e estará doido para sentar em teu colo. Só uma vez ele terá cinco anos e quererá brincar contigo. Só uma vez terá dez anos e desejará estar contigo em teu trabalho. Só uma vez será adolescente e verá em ti um amigo em quem confiar. Só uma vez estará na universidade e quererá trocar ideias contigo. Se perderes estas oportunidades, perderás teu filho e ele não terá pais!”.

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