sexta-feira, 6 de setembro de 2013

DEVOLVER O LIVRO AO DONO.

O dia era chuvoso e a mãe aproveitou a oportunidade para uma faxina geral na casa e convocou o filho de dez anos para ajudá-la. No primeiro momento tratava-se de separar os objetos que ainda tinham valor e os que deveriam ser jogados fora. No segundo momento seria necessário tirar a poeira e colocar os objetos em seu devido lugar. Enquanto a mãe separava os objetos que deveriam ficar, o filho tirava a poeira, começando de cima para baixo. Havia realmente o que fazer.
Quando começou a colocar abaixo tudo o que existia na velha prateleira, o garoto consultou a mãe: olhe mãe, achei um livro grosso e velho, cheio de mofo, é capaz até de abrigar algumas traças. Jogamos no lixo? A mãe, vendo que aquilo que o filho chamava de coisa velha era a Bíblia da família, disse-lhe em tom contrito: meu filho, cuide com carinho deste livro porque ele é sagrado, é o livro de Deus. Imagine jogar isso no lixo! Então, observou o filho, antes que as traças o destruam, é melhor devolvê-lo ao dono, pois aqui em casa nunca o usamos e - quem sabe - Deus encontre alguém interessado por ele.
A Bíblia, mais que um livro, é o conjunto de 73 livros inspirados por Deus, do Antigo e Novo Testamento. É o livro mais lido de toda a história da humanidade. Ele continua sendo o livro mais traduzido e vendido em todo o mundo. Poemas, pinturas, filmes, romances brotam de suas páginas. Foi a primeira obra impressa por Gutenberg, quando inventou a imprensa. É um livro que a humanidade ainda não terminou de ler e seu conteúdo ressoa de maneira diferente para cada situação e para cada leitor. Santo Ambrósio já afirmava: “A Deus falamos quando oramos, a Deus escutamos quando lemos a sua Palavra”.
A Leitura Divina é uma antiga tradição da Igreja. Ela se desdobra em quatro momentos: leitura, meditação, oração e contemplação. É aquilo que hoje falamos: leitura orante da Palavra de Deus. Retomando os passos. Na leitura procuramos entender bem o texto. Pode-se ler várias vezes. Na meditação, imaginamos que este texto foi escrito para mim, pessoalmente. A pessoa se inclui no fato, na parábola, na história contada. No terceiro momento - oração - surge aquilo que o texto me faz dizer a Deus: agradecimento, perdão, súplica. Finalmente, na contemplação, nos colocamos, sem palavras, diante de Deus, numa atitude de encantamento.
Não basta ter a Bíblia, precisamos lê-la. Não basta lê-la, precisamos compreendê-la. Não basta compreendê-la, mas precisamos vivê-la. Não basta vivê-la, mas precisamos anunciá-la aos outros, pelo testemunho e pela palavra.

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