sexta-feira, 6 de setembro de 2013

QUADRO QUE CELEBRA A DATA NÃO É FIEL À REALIDADE

Estamos em plena Semana da Pátria. Celebrações por todo o Brasil lembram o dia 7 de setembro de 1822. Nesta data, dom Pedro estava viajando de Santos para São Paulo. No trajeto, um mensageiro lhe entrega uma carta de seu pai, exigindo sua volta a Portugal. Porém, também havia cartas de sua esposa, Leopoldina, e de seu conselheiro, José Bonifácio, pedindo que ele tomasse uma decisão favorável ao Brasil.
Nesse momento, o príncipe dom Pedro estava às margens do riacho Ipiranga e, decidido a ficar, declarou o Brasil independente do controle dos portugueses. Tornou-se o nosso primeiro imperador, dom Pedro I. Na prática, para a maioria do povo, a independência não trouxe muitas mudanças ao dia-a-dia, mas o Brasil começava a escrever sua própria história.
Por muito tempo, o país foi chamado de Império do Brasil, administrado pelo imperador dom Pedro I e, mais tarde, pelo seu filho, Dom Pedro II. Em seu governo, a economia brasileira progrediu, com a introdução das plantações de café e a ampliação das redes ferroviárias e de telégrafos. O sucessor dirigiu o Brasil até o fim do Império, em 1889, quando foi proclamada a República - mas essa é uma história para ser lembrada em 15 de novembro!
No imaginário dos brasileiros, tão célebre quanto o grito de dom Pedro às margens do riacho Ipiranga - Independência ou Morte! - é o quadro pintado por Pedro Américo a pedido de Dom Pedro II, para representar aquele momento decisivo, em que o Brasil se separava de Portugal. O quadro mostra o primeiro imperador brasileiro erguendo sua espada, num gesto de desafio que conta com o apoio dos civis que o seguem e das tropas reunidas ao seu lado.
Para fazer a obra, batizada de “Independência ou Morte”, o artista realizou pesquisas e entrevistou pessoas, mas, mesmo assim, a cena ficou diferente da realidade histórica, privilegiando a beleza e destacando Dom Pedro I como herói. O próprio artista escreveu sobre isso no livreto “Algumas palavras acerca do fato histórico e do quadro que o comemora”. Nele, Pedro Américo afirma que “a realidade inspira, mas não escraviza o pintor”, justificando sua criação.

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