terça-feira, 3 de setembro de 2013

AMEAÇA AO SISTEMA NERVOSO

Doença lesiona o cérebro de adultos jovens, causando perda de funções

Ainda há pouca pesquisa sobre a doença e, entre a população, as informações também são escassas, daí a instituição do Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, em 30 de agosto. O objetivo é justamente esclarecer melhor a enfermidade, na tentativa de antecipar diagnósticos. Para entender a esclerose múltipla, um primeiro passo é compreender o que ela não é. Não se trata de uma doença mental nem de um tipo de demência; também não é doença de pessoa idosa; ao contrário, costuma se manifestar nas pessoas em plena idade produtiva. 
A esclerose múltipla atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo, conforme estimativas da Organização Mundial da Saúde. No Brasil, 35 mil pessoas são portadoras da doença, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem). Ao contrário do que muitos acreditam, os pacientes são geralmente jovens, em especial mulheres de 20 a 40 anos.
A doença é neurológica, crônica e autoimune. Isso significa que se manifesta quando o organismo confunde células saudáveis do sistema nervoso central com intrusas, e as “ataca”, provocando lesões cerebrais.
Seus sintomas dependem das zonas do cérebro afetadas. Assim, em cada indivíduo, manifesta-se sob diferentes formas. A maioria das pessoas portadoras experimenta mais de um sintoma, sendo os mais comuns: fadiga, fraqueza muscular, formigamento em uma parte do corpo, dormência nos braços ou pernas, deambulação instável, visão dupla ou embaçada, tremor, dificuldade para falar, disfunção da bexiga e dos intestinos. Manifestações como paralisia de um lado do corpo e paralisia facial são menos comuns. Também há relatos de apatia, desatenção, euforia e choro súbito.
Na grande maioria dos portadores, a doença se manifesta em crises (surtos), com sintomas discretos ou intensos, que aparecem e desaparecem dias depois. Passada a crise, o paciente pode se recuperar totalmente ou permanecer com sequelas.
A doença não tem cura, mas os medicamentos disponíveis inibem os surtos, ou seja, o aparecimento repentino dos sintomas, e permitem que o portador tenha uma vida praticamente normal. O problema é que a doença é de difícil diagnóstico, pois os sintomas são similares a de outros males do sistema nervoso. Isso, muitas vezes, retarda o início do tratamento. No Brasil, dos 35 mil portadores de esclerose múltipla, apenas 5 mil seguem o tratamento correto, conforme a Abem. Os remédios estão disponíveis em injeções ou, mais recentemente, cápsulas; e devem ser administrados continuamente, conforme a orientação médica.

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