sábado, 24 de setembro de 2011

UM DIA DE TRABALHO NA CÂMARA QUE VAI FICAR NA HISTÓRIA

New Image1 Um dia para ficar na história da Câmara
De onde e quando menos se espera, as coisas acontecem. Em Brasília, a Câmara dos Deputados viveu um dia inusitado da sua história recente nesta quarta-feira: os nossos deputados trabalharam muito.

Num só dia, eles votaram e tomaram decisões que afetam a vida dos brasileiros em várias áreas.
Se são boas ou ruins para o país, é outro problema, os próprios leitores poderão julgar. Apresento abaixo o resultado do trabalho das excelências, além de mostrar quem ganhou e quem perdeu nesta história:
** Concessão do aviso prévio de 90 dias proporcional ao tempo de trabalho: ganharam os trabalhadores e perderam as empresas que terão seus custos aumentados e certamente os repassarão aos consumidores. Se Dilma sancionar a lei, os empregados terão direito a mais três dias de aviso prévio por ano trabalhado. Para receber o aviso de 90 dias, precisa, portanto, ficar 20 anos na mesma empresa.
** Criação da Comissão da Verdade para investigar violação dos direitos humanos entre 1946 e 1988: ganhou o governo, que há tempos vinha procurando um acordo entre parentes de vítimas e militares; perderam os setores militares que não queriam a comissão, e setores de esquerda que queriam uma comissão mais ampla com a análise limitada aos anos de ditadura militar (1964-1985).
** Rejeitado novo imposto para financiar a saúde: perderam os governadores que defendiam a volta da CPMF e os brasileiros que dependem do detonado serviço público de saúde; ganharam os parlamentares da situação e da oposição que derrubaram a antiga CPMF ainda no governo Lula.
** Ana Arraes é indicada para o TCU: ganharam o governador pernambucano Eduardo Campos, seu filho, Dilma e Lula, que bancaram a campanha dela; perderam os líderes dos dois maiores partidos da base aliada _ Cândido Vacarezza, do PT, e Henrique Alves, do PMDB , que apoiaram outros candidatos.
**Também o Senado mostrou serviço ontem: por 14 votos a 5, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou o relatório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) a favor de mudanças no Código Florestal. Neste caso, perderam o governo, que apontou a inconstitucionalidade do texto e a CNBB, que lançou uma campanha de mobilização popular contra a proposta; ganharam os desmatadores do agronegócio.


Ufa!
Como ninguém é de ferro, as excelências do Congresso Nacional já estão voltando hoje para descansar nos seus Estados. Na Câmara e no Senado, o fim de semana começa antes e, em compensação, vai até terça-feira, quando elas voltam à labuta.
Vida dura.





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