sexta-feira, 2 de setembro de 2011

QUEM LE TEM MAIS CAPACIDADE DE DICERNIMENTO

Surge como um oásis num deserto de notícias ruins o resultado de pesquisa indicando que o brasileiro está comprando mais livros - e, presumivelmente, lendo mais. Levantamento sobre produção e vendas de livros no país, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP), revela que em 2010 o total de exemplares comercializados cresceu 13% e o faturamento do setor, 8%, ambos sobre o ano anterior. Efeito dessa expansão é a manutenção da tendência de queda no preço médio do livro, com recuo de 4,4%.

No Brasil, o índice de leitura ainda é bastante reduzido se comparado com outros países. Beira os dois livros per capita/ano, excluindo-se os didáticos e pedagógicos, muito abaixo dos franceses, com 11 livros/ano.
Mas como este é um processo naturalmente lento, todo avanço é bem-vindo.  Há de se considerar, no caso brasileiro, que a taxa de analfabetismo permanece elevada - 9,6%, ou 14,1 milhões de pessoas com mais de 15 anos de idade, segundo o IBGE. O percentual já foi bem maior - 17,2% em 1992, para situar -, mas ainda está alto, mesmo em relação a vizinhos - 1,4% no Chile, 1,7% no Uruguai.
O aumento do índice de leitura deve ser saudado com entusiasmo porque quanto mais um povo ler mais esclarecido ele será. E quanto maior for o poder de discernimento, melhores serão as condições de exercer a cidadania, de avaliar e de decidir, por exemplo, em quem votar. Na sequência, quanto mais criterioso for o voto, menores serão as chances de se eleger políticos corruptos, incompetentes e/ou omissos.

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