segunda-feira, 5 de setembro de 2011

JÁ PAROU PARA PENSAR: OS CORRUPTOS SOMOS NÓS

Na última semana gerou grande polêmica a absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz, filha do ex-governador de Brasília Joaquim Roriz. Apesar dos vídeos mostrando que ela havia recebido propinas em 2006, a tese da defesa de que ela não era deputada à época e portanto não poderia ter seu mandato cassado acabou prevalecendo.

Contudo, não irei debater aqui a insólita tese de defesa, e que abre um precedente perigoso - Fernandinho Beira Mar, por exemplo, não poderia ser cassado se deputado fosse. Vamos falar sobre a indignação seletiva da população.
O que mais se viu nas redes sociais e na imprensa foi um sentimento de "mata e esfola", criticando a corrupção dos políticos e clamando por reforma ou prisões. Havia um sentimento difuso de revolta e de descrença na classe política repercutido pela população, pelo menos a que tem acesso à internet.
Entretanto, leitor: você é corrupto. Eu sou corrupto. Todos somos.
Como escrevi  de forma insistente durante a semana passada, os políticos de Brasília não nascem por "geração espontânea" do solo árido da Capital Federal. Alguém os coloca lá.
E "esse alguém" é semelhante aos políticos, afinal de contas votou nele e o confiou como seu representante nas esferas de poder político. É o eleitor, que trabalha, paga seus impostos e especialmente vota. Ei, é com você mesmo.
O Congresso Nacional nada mais é que um reflexo da sociedade, sendo um microcosmo das práticas, das virtudes e de seus defeitos. Por mais que seja cômodo imaginar que é algo apartado da sociedade, não é. Se o Congresso é formado por picaretas é porque somos picaretas - nós os colocamos lá.
Portanto, o leitor deve estar ciente que os políticos nada mais são que um microcosmo da sociedade. É bastante cômodo entendê-los como um mundo isolado, mas não o é. Se Brasília é corrupta é porque a sociedade é corrupta. Não reclame: melhore.









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