segunda-feira, 19 de setembro de 2011

NO SUBTERRÂNEO DAS MULTIDÕES

No subterrâneo das multidões estão os sábios que estudam e pensam, que analisam e contemplam, estão os santos que brilham como estrelas do céu na terra dos humanos e estão aqueles que inventam um novo tipo de vida e convivência, ao avesso daquela que deveria ser.

Como podemos nos relacionar com as multidões, sem nos aproximar da pessoa? Como podemos superar o medo de viver numa grande cidade sem pensar no coração das pessoas?
Creio que agora podemos imaginar um caminho possível de superação do medo, um jeito viável para confiar. Esse caminho e esse jeito passam pelo encontro com a pessoa. Há em cada ser humano uma bondade inscrita no coração, um espaço de confiança onde a ternura pode operar milagres. Se diante das multidões nem sempre sabemos o que pensar, o que dizer e como agir, diante da pessoa nos convenceremos que não há lobo para quem ama.
Num tempo onde a globalização parece ser a marca do progresso, onde a pessoa se vê ameaçada a ampliar a multidão dos solitários, creio que se faz urgente a retomada do diálogo, do aconchego e da aproximação humana. Não se globaliza sentimentos, nem se pode anular as grandes e fundamentais aspirações do ser humano como: a felicidade, a paz, o amar e ser amado. Não há evolução que consiga anular o mistério da vida de cada ser humano. Não esqueçamos que no subterrâneo das multidões está o melhor da vida, onde cada pessoa é única, insubstituível e irrepetível.

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