sexta-feira, 18 de outubro de 2013

VOCÊ SABIA: JÁ EXISTE VELÓRIO VIRTUAL.

Em muitas cidades já é possível o velório virtual. Os parentes e amigos da pessoa falecida não mais precisam comparecer ao local para apresentar os pêsames aos familiares. As salas dos velórios são equipadas com câmeras que permitem, em tempo real, a visão do público e da pessoa que está sendo velada. Parentes e amigos - desde uma conveniente distância - podem mandar as condolências à família através da internet. Também podem acompanhar todos os lances das chamadas últimas homenagens, muitas vezes marcadas pelo choro e hipocrisia. Para evitar trotes, enganos e brincadeiras de mau gosto, o acesso é determinado pelos familiares.
Esta não é a última novidade nesse campo. Já foram patenteados alarmes contra furtos em sepulturas. Nos Estados Unidos já funcionam velórios festivos. Numa sala decorada e iluminada com bebidas, canapés, música suave e flores, reúnem-se os parentes e amigos. A ausência notada é a do próprio defunto. Mas esta é compensada por uma projeção de sua vida, num telão, com enfoque nos momentos felizes. A morte não está incluída na festa.
Entre as grandes certezas da vida, sem dúvida nenhuma, está a morte. Já a antigüidade grega garantia: os homens são mortais - Sócrates é homem - logo é mortal. As premissas são corretas, mas a lógica parece só funcionar para os outros.
Os outros é que morrem. No máximo admitimos que vamos morrer, num dia qualquer. E esse dia qualquer precisa ser varrido para longe. Falar de morte é de mau gosto, é doentio. Então fingimos que ela não existe. Ela não é real, é virtual.
Mesmo assim, o fantasma da morte está presente em todas as consciências. O universo religioso se fragmenta em cerca de 100 mil diferentes religiões. E todas elas buscam uma resposta para o mistério da morte e o depois. Para o ensaísta espanhol Fernando Salvater, o homem, porque sabe que vai morrer, está condenado a assumir algum tipo de religião. Mesmo os que desdenham crenças e igrejas sentem a necessidade de alguma postura religiosa. Para Salvater, a psicoterapia e a psicanálise são formas de religião para os ateus, agnósticos ou libertinos.
Mesmo os que passam a vida dando pouca importância aos valores religiosos, quando acontece a morte de um familiar, dão-se conta da felicidade de crer. Ou do vazio de sua ausência. A fé é a única resposta nesta hora.
Para os cristãos, a morte é um novo nascimento, o natal definitivo. Jesus desceu ao fundo do coração da morte e de lá nos trouxe uma vida definitiva: “Aquele que crê em mim, mesmo que tiver morrido, viverá”, garante Ele a Marta, a Maria e a seus discípulos em todos os tempos. A morte não é virtual, mas real. A vida eterna não é uma utopia, mas uma realidade.

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