terça-feira, 8 de outubro de 2013

AS NOSSAS ESCOLHAS.

Dois pescadores fretaram um pequeno avião para levá-los a pescar num rio da Amazônia. Algum tempo depois o piloto voltou para buscá-los. Olhou os peixes que haviam pescado e disse: este avião não aguenta mais do que dois pirarucus. Vocês vão ter de deixar os outros dois. Mas os pescadores reclamaram e apresentaram um bom argumento: o piloto do ano passado aceitou levar os quatro.
O piloto, sem graça, concordou em levar os quatro peixes. Logo depois de decolar, o avião não conseguiu ganhar altura e espatifou-se no solo. Machucados, os pescadores saíram do avião e olharam em volta. Um deles perguntou: Onde será que estamos? O outro respondeu: no mesmo lugar que caímos no ano passado...
A história de Roberto Shinyashiki tem tudo a ver com a vida. Desde a infância nos acostumamos a ouvir a frase: "o futuro a Deus pertence". A vida traz tantas surpresas, tantas mudanças de rumo, que por vezes a imaginamos como uma loteria. Lembram daquele colega, último da classe, displicente, sem grandes ambições? Anos depois vamos encontrá-lo como empresário bem-sucedido. E o outro, o primeiro da classe, que sabia de cor o nome de todos os rios da Sibéria e os imperadores da Alemanha? É garçom num restaurante. Isto não significa que todos os displicentes na escola triunfem, nem todos os melhores da classe fiquem em postos secundários.
Certa falta de lógica dá tempero à vida. Como seria aborrecido se o mesmo time sempre fosse campeão, se o filho do pobre sempre ficasse pobre, se determinada empresa sempre dominasse o mercado...
As surpresas acontecem, sobretudo, em função de dois fatores: a pessoa tem capacidade de aprender e o futuro está sempre mudando. O que deu certo no passado, provavelmente, não vai dar certo amanhã. Não se pode enfrentar uma guerra, hoje, com arco e flecha. É a mesma atitude do pai que se firma num ponto de vista pessoal: eu venci na vida sem estudar, meu filho não precisa estudar.
A vida não é uma loteria, sem qualquer controle. Parece-se mais com uma complicada partida de xadrez. Cada lance tem repercussões futuras, mas isto não nega a possibilidade de um lance novo e genial. A sorte passa, algumas vezes, mas é necessário estar preparado para acolhê-la. A pessoa precisa aprender com os erros. Os mais inteligentes aprendem com os erros (e acertos) dos outros.
Embora os fatores sorte e azar, algumas vezes se manifestem, a vida é regida pela lei da lógica. Isto significa a relação entre causas e conseqüências. Aquilo que plantamos, isto mesmo colheremos. Mas é preciso cuidado, pois existem muitas maneiras certas e erradas de plantar.
Deus perdoa sempre, mas a vida não costuma perdoar; ela respeita as escolhas. Mas é fundamental saber que sempre podemos mudar a nós mesmos e mudar nossas escolhas. O futuro não é um lugar para onde vamos, mas um lugar que estamos construindo agora.

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