domingo, 6 de outubro de 2013

MAIS RIGOR COM O COLESTEROL

Índice aceitável de LDL em paciente de alto risco cai de 100 para 70mg

Os brasileiros, agora, terão que obedecer a limites mais rígidos de colesterol LDL (o ruim) para serem considerados saudáveis. As novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estabelecem que pacientes de alto risco para doenças cardiovasculares não devem ultrapassar o índice de 70 miligramas de LDL por decilitro de sangue. Até então, o limite aceitável era de 100 miligramas. A probabilidade de risco (baixo, intermediário e alto) é calculada de acordo com fatores como idade, tabagismo, histórico de doenças cardíacas e histórico familiar, diabetes, entre outros. Para quem está no risco intermediário, o nível de colesterol deve ficar agora entre 70 e 100 miligramas e não mais entre 100 e 130mg.
O rigor em relação ao LDL fica ainda maior para as mulheres. Antes, elas eram classificadas como de alto risco se tivessem uma probabilidade de mais de 20% de sofrer algum evento cardiovascular, como infarto, derrame e insuficiência cardíaca, nos dez anos seguintes. Agora, com uma chance maior do que 10% de problemas, elas já serão enquadradas na faixa de alto risco. Para os homens, permanece a classificação de alto risco para os que têm probabilidade de mais de 20% de enfrentar problemas cardiovasculares na década seguinte.
Segundo Hermes Toros Xavier, presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC e editor da nova diretriz, o rigor maior com as mulheres ocorre porque, nas últimas décadas, elas têm ficado mais hipertensas e com mais excesso de peso. Com isso, as doenças cardiovasculares, como infarto e derrame, deixaram de ser um mal masculino e são, cada vez mais, femininos. No país, para cada dez casos de infarto, quatro já são de mulheres.
Com a nova diretriz, o Brasil fica à frente das metas americanas e europeias para o tema. Xavier concorda que as novas diretrizes vão levar ao maior consumo do medicamento que controla o colesterol (as estatinas), mas não considera isso um problema já que, segundo ele, os benefícios superam em muito os riscos dos efeitos colaterais.
O uso das estatinas em pessoas que já sofreram infartos já se provou eficaz em muitos estudos, reduzindo o risco de novos eventos cardiovasculares e mortes. Entretanto, o emprego desses remédios para evitar um primeiro infarto ou derrame continua a ser tema de estudos. Uma recente revisão de 18 pesquisas envolvendo 57 mil pessoas conduzida pela rede Cochrane, mostrou que o uso de estatinas raramente causa efeitos colaterais graves e reduz em 14% o risco de morte por todas as causas. Alguns dos efeitos colaterais associados com o remédio são dores musculares e problemas no fígado.
As novas diretrizes baseiam-se em dois grandes estudos, conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Um da Universidade de Oxford, que analisou dados de 270 mil pacientes; e outro da American Heart Association, sobre uso de estatinas, publicado em 2008, cujo resultado foi de 44% menos mortes por causas cardiovasculares entre os que tomam o remédio.
Alimentos ajudam a controlar os níveis da gordura

Em 2012, cerca de 40% dos brasileiros apresentavam colesterol alto, segundo pesquisa do Ministério da Saúde. Muitos alimentos podem contribuir para o controle do colesterol. Porém, para que os efeitos sejam mais efetivos, o ideal é que eles sejam consumidos dentro de uma dieta. Além dos alimentos, a prática de atividade física contribui para proteger o coração do colesterol ruim. Segundo a nutricionista Patrícia Citelli Berger, os melhores alimentos para o controle do colesterol são os peixes de água fria (sardinha, atum, salmão, truta), aveia, farinha de linhaça, frutas oleaginosas (castanhas, nozes), leguminosas (soja, feijões, grão de bico, ervilhas) e azeite de oliva. “Vale lembrar que os alimentos consumidos separadamente não fazem milagre, eles precisam estar inseridos numa dieta equilibrada associada a hábitos de vida saudáveis”, esclarece.
Para proteger o coração, ela aconselha aumentar o consumo de peixes no lugar de carnes vermelhas. No caso da aveia, consumir duas a três colheres de sopa por dia; a farinha de linhaça, uma colher de chá por dia; e as oleaginosas, quatro unidades por dia, variando os tipos.
Para quem prefere tomar sucos no lugar de comer a fruta a nutricionista faz um alerta importante: o efeito de tomar o suco não é o mesmo se comparado com a fruta, pois as fibras das frutas são nutrientes muito importantes para o controle do colesterol. Nos sucos elas não estão presentes ou existem em quantidades muito pequenas.
Para diminuir a gordura dos alimentos ingeridos, evitar comer derivados de carnes vermelhas e pele de frango, miúdos, frutos do mar, laticínios integrais, queijos amarelos, gordura vegetal hidrogenada e frituras em imersão de óleo, independente do tipo d
e óleo em que tenha sido frito o alimento. 

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