segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A INFÂNCIA ROUBADA PELOS DIREITOS SONEGADOS.


No último sábado, 12 de outubro, no dia a elas dedicado, um número incalculável de crianças sorrirá ao abrir os ansiosamente aguardados presentes ou se fartará de guloseimas em geral. Elas brincarão, serão acarinhadas, abraçadas e receberão toda a atenção, principalmente de pais e avós.
No mesmo dia, pelo menos 168 milhões de crianças e adolescentes não terão nenhum motivo para festejar, grande parte deles sequer saberá que existe um dia a eles reservado. Seguirão suas jornadas normalmente - nas lavouras agrícolas, nas pedreiras, nos teares, nas esquinas das grandes cidades ou em atividades domésticas.
É triste constatar que para esses 168 milhões de seres, ou para a maioria deles, a vida se resume a trabalho – sem tempo para estudar, muito menos para uma brincadeira. Revolta o fato de que muitos deles, em especial na Ásia, são vendidos pelos próprios pais ou roubados e acabarão servindo a traficantes e sendo submetidos a trabalho escravo e outras formas de exploração.
Já foram muito mais, podem tentar minimizar as estatísticas. E realmente houve diminuição, no Brasil e no resto do mundo. Mas ainda são muitos, inadmissivelmente muitos.
Se choca um adulto ter de se sujeitar a trabalho ultrajante, o sentimento é mais forte ainda quando envolve uma criança. E não só porque à criança deveriam ser assegurados muito mais direitos do que deveres.
A questão cultural de um povo pode ser uma atenuante para a responsabilização. Mas quando se trata de falta de informação, de legislação falha ou omissa ou, ainda, de ausência de fiscalização, conclui-se que a sociedade como um todo tem boa parcela de culpa. E impedir que uma criança tenha momentos de felicidade, coibir-lhe o direito de sonhar ou sufocar-lhe a esperança de um futuro melhor é quase o mesmo que tirar-lhe a vida. Mais do que injusto, é desumano.

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