sexta-feira, 23 de agosto de 2013

UM ESCÂNDALO DE TIRA A VIDA DE MILHÕES

Quando o Papa Francisco diz que ‘morrer de fome constitui um verdadeiro escândalo’, como ouviram dele integrantes da Conferência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), está traduzindo a indignação e a tristeza das pessoas minimamente conscientes deste planeta. E ao afirmar que é preciso encontrar formas para que todos possam se beneficiar dos frutos da terra, resume um desejo de todos os cidadãos de bem.
É fundamental que se evite o abismo entre os que se deleitam em banquetes nababescos e aqueles que recebem, no máximo, migalhas. Ou pelo menos que se abrevie esta distância injusta e perversa.
Desde que o crescimento demográfico alcançou patamares elevados, em algumas regiões ‘explosivos’, transitou entre lideranças mundiais a preocupação sobre a capacidade de se produzir alimentos suficientes para esta população. Há décadas está comprovado que é possível, com os recursos naturais disponíveis e com o avanço tecnológico, colocar comida no prato de todos. E por que quase um bilhão de pessoas ainda passam fome?
Esta pergunta traz a campo uma repugnante associação entre desperdício e interesses de grupos políticos e econômicos. É inadmissível que no planeta em que morrem por ano quase 20 milhões de pessoas por subnutrição, ou razões ligadas a ela, se perca um terço dos alimentos entre a produção, a venda e o consumo. Não é admissível também que, para manter altos lucros e dar vazão à ganância, sejam manipulados os preços de grãos, carnes e outros produtos, o que impede que multidões de famintos tenham acesso a eles.
Está cada vez mais evidente que, na maioria dos casos, as pessoas não são vítimas da fome, mas de
quem constrói cenários que tira desses grupos o direito de se alimentar. É, realmente, cruel, indecente, vergonhoso, desumano.

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