segunda-feira, 5 de agosto de 2013

AS MARCAS QUE DEIXAMOS NOS CAMINHOS...

Os caminhos estão cheios de marcas. Por onde o humano passa, lá está um sinal de sua passagem. São inscrições, monumentos, sinais de fé, de perdas, de visitas... São poucos os itinerários que não possuem outros registros, além das necessárias placas que auxiliam no trânsito. A história está repleta de registros. Isso é fantástico: viver e deixar marcas. Ninguém é apenas mais um. A vida não se repete. Não é produção em série. É e sempre será única e irrepetível.
Uma região, por exemplo, tem as marcas dos pioneiros. De várias nações, imigrantes ocuparam terras estranhas. Empreenderam caminhos, por vezes, sem volta. Desconhecendo ou ignorando outros habitantes, passaram a usufruir espaços geográficos, desenvolveram técnicas que garantiram o sustento. O desenvolvimento só acontece se houver envolvimento. Foi assim no ontem, é assim, no hoje. Evidente que os acréscimos e os toques de humanismo não podem ficar à deriva.
Um pouco de atenção às margens das inúmeras vias que interligam povoados e regiões permite a reconstrução de verdadeiros cenários, onde as crenças e os sentimentos permanecem vivos. Os capitéis reportam à espiritualidade. São pequenos e, ao mesmo tempo, grandiosos monumentos que garantem ao transeunte a possibilidade de contar com a força eficaz da transcendência, principalmente quando o caminho for íngreme.
Ninguém fica indiferente quando, num determinado local, houver uma cruz. De imediato o pensamento é transportado ao infinito: neste local alguém perdeu a vida. Familiares cuidam desses espaços, colocando flores, derramando lágrimas, alimentando a saudade, tentando acreditar no reencontro, um dia. As dores também deixam suas marcas nos caminhos da vida. Oxalá pudessem ajudar na conscientização e no cuidado ao volante.
A vida parece inspirar marcas indeléveis. Ao invés da destruição de cenários ou da poluição ambiental, o humano poderia deixar sinais positivos da sua passagem ou visitação. Alguém, um dia, decidiu jogar sementes ao longo do caminho e as flores foram admiradas por todos. O mundo necessita de semeadores! No passado, os meios eram outros, mas a intensidade dos sentimentos desencadeava criatividade. Hoje, a paz deveria receber infinitas inscrições para recordar que alguns caminhos não têm volta.

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