sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O DINHEIRO TRAZ FELICIDADE?

Não há informações precisas sobre quando surgiu a primeira moeda. Certamente, no alvorecer do mundo. Feitas de ouro, de prata, de cobre ou de papel, as moedas/dinheiro sempre estiveram no centro da história. Com o dinheiro construiu-se a civilização. Em função dele aconteceram as guerras. Há os que adoram o dinheiro, mas o escritor Giovanni Papini sustenta que é a mais abjeta e terrível criação do homem. Enquanto Judas, por 30 moedas de prata, vendeu o Mestre, Francisco de Assis recusava-se até a mexer no dinheiro.
Está fazendo muito sucesso um livro lançado nos Estados Unidos: Dinheiro feliz - a ciência de como gastar melhor. A tese defendida: “O dinheiro pode comprar a felicidade”. A obra ainda não foi traduzida para o português.
Os autores dizem que as escolhas que as pessoas fazem sobre seus gastos desencadeiam uma série de efeitos biológicos e emocionais. Eles apresentam estas sugestões: “Fazer viagens, pagar integralmente o produto antes de usá-lo e ajudar os outros”. O caminho da felicidade passa por aí. Outras duas indicações dadas pela obra: “Terceirizar as atividades chatas, como a limpeza da casa, por exemplo, e limitar o acesso a coisas das quais gostamos, evitando assim o consumismo”.
Investir em si mesmo e não nas coisas é mais um dos segredos sugeridos. Um jantar, uma viagem, um concerto, uma recepção aos amigos, podem ser mais significativos que bens adquiridos. Um dos itens do livro surpreende: “Ajudar aos outros”. E esta atitude é percebida em crianças antes mesmo de completarem dois anos. A norma não parte dos grandes banqueiros e nem do Fundo Monetário Internacional (FMI), porém figura no Evangelho. De preferência no anonimato: que tua mão direita não saiba o que faz tua esquerda.
As cinco normas sugeridas nada têm de revolucionárias e concordam com o bom senso. Nem por isso, a questão do dinheiro está resolvida, assim como a questão da felicidade. O dinheiro proporciona momentos felizes. Os dois extremos são prejudiciais: o muito e o pouco, o excesso e a carência.
O livro nada fala no modo de ganhar o dinheiro, apenas como gastá-lo melhor. O Evangelho nos adverte dos perigos que o dinheiro pode trazer. Ele quer ser absoluto e não admite restrições. De resto, o dinheiro não costuma fazer por nós aquilo que fazemos por ele. Além do mais, ele é volúvel: o corpo ainda está quente no caixão e o dinheiro já optou por outros amigos. Ele promete, mas não entrega a felicidade.

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