sexta-feira, 23 de agosto de 2013

GEOMETRIA QUE IMPRESSIONA


 
As abelhas sempre impressionaram o homem, seja pelo alimento que fabricam, rico em propriedades nutricionais e medicinais; pela organização das colmeias; pelo trabalho em equipe, pela dedicação à rainha, pela forma como se comunicam e, mais ainda, pela complexidade e perfeição da geometria dos favos de mel, que são hexagonais.
Até Charles Darwin, autor da teoria da evolução, se rendia à casa das abelhas, considerando-as absolutamente perfeitas, construídas com economia de mão-de-obra e cera. Agora, uma equipe de pesquisadores se dedicou a desvendar o mistério de suas formas hexagonais.
A equipe de pesquisadores de Bhushan Karihaloo, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, constatou que, antes de se transformarem em hexágonos, os favos têm, inicialmente, a forma circular. Eles ganham a forma hexagonal e levemente arredondada ao longo da construção das fileiras, prateleiras onde são depositados pólen e mel. Os especialistas explicam que o mecanismo desta transformação se dá no escoamento da cera derretida, que uniria os favos vizinhos.
Inúmeras hipóteses foram elaboradas ao longo dos séculos na tentativa de explicar a geometria impressionante das colmeias. Já se acreditou, inclusive, na capacidade que estes insetos teriam para fazer complexos cálculos matemáticos a fim de medir as larguras e os ângulos. Mas segundo o estudo, a explicação está nas propriedades físicas da cera utilizada para construir os favos circulares.
Em uma temperatura de aproximadamente 45ºC, a cera começa a derreter como um líquido elástico, viscoso. Ela se estica como um caramelo, e os ângulos se formam na junção das células, dando origem aos hexágonos. De acordo com os pesquisadores, o calor na origem desta transformação é fornecido pelas abelhas operárias que trabalham sem parar, lado a lado, na construção das fileiras.
Mesmo que o enigma desta impressionante estrutura tenha sido solucionado graças a uma combinação física e matemática, a perfeição dos favos não é mero acaso da natureza. Os cientistas confirmaram na pesquisa o papel decisivo dos insetos. “Nós ficamos maravilhados com o papel das abelhas no processo: aquecendo, endurecendo e afinando a cera exatamente onde é necessário”, afirmaram.

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