terça-feira, 6 de agosto de 2013

DELAÇÃO PREMIADA PODE LEVAR AO PROPINODUTO TUCANO

novo trem metro8 hg 20100404 300x225 Delação premiada pode levar ao propinoduto tucano

Um caso misterioso, que vem rondando as redações como um fantasma desde 2007, quando a multinacional alemã Siemens admitiu o pagamento de propinas a agentes de governos em vários países, incluindo o Brasil, agora chegou finalmente às manchetes dos jornais, a começar pela "Folha", que ressuscitou o assunto, e a outros veículos.

Vira e mexe o assunto aparecia em pequenas notas e desaparecia logo em seguida (com a honrosa exceção da 'Carta Capital", que se dedicou com maior afinco a acompanhar a história) da chamada grande imprensa.

"MP negocia delação para apurar propina em cartel", informa a manchete de capa do 'Estadão" desta segunda-feira, em matéria assinada pelos repórteres Bruno Ribeiro e Marcelo Godoy. Trata-se de algo inédito: a denúncia de corrupção partiu dos corruptores, normalmente preservados nestes casos, mas ainda não se chegou aos nomes dos que foram comprados.

pode-se explicar pelo fato de que os malfeitos, como diria a presidente Dilma, ocorreram durante os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin no processo de compra e manutenção de trens em São Paulo, um detalhe omitido na reportagem.

Ainda não apareceu o nome de ninguém ligado aos governos do PSDB, mas agora será possível chegar também aos corrompidos: o Ministério Público Estadual está negociando delação premiada com seis executivos da Siemens para tentar obter provas de supostos pagamentos de propinas e a quem eles foram feitos.

Quatro promotores participaram da reunião em que a proposta de delação premiada foi feita aos advogados dos seis executivos da Siemens que conhecem bem a história. As negociações começaram em março do ano passado e levaram a um "acordo de leniência" no último mês de maio, segundo o qual, caso colaborem com as investigações, os corruptores não serão punidos pelo crime de formação de cartel, mas poderão ser obrigados a devolver o dinheiro do superfaturamento aos cofres públicos.

O Ministério Público Estadual vai agora ouvir o depoimento de quatro brasileiros e dois alemães, que já relataram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa do Consumidor), as negociações para a formação do cartel destinado a fraudar as concorrências. O governo de São Paulo entrou na semana passada com um pedido na Justiça para ter acesso a estes depoimentos, alegando que o Cade estava fazendo vazamentos seletivos de informações.

Além da Siemens, estão envolvidas as empresas Alstom e CAF, que combinavam os valores das propostas e depois dividiram entre si a grana de cinco licitações do setor metroviário, no valor total de R$ 1,9 bilhão, provocando um prejuízo de R$ 557 milhões aos cofres públicos, segundo cálculos feitos pelo jornal.

Com estes R$ 557 milhões, quantos mais quilômetros de metrô poderiam ter sido construídos nestes últimos anos em São Paulo, aliviando o drama de quem depende dos serviços de transportes públicos na cidade?
Espalhe por aí:

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