sexta-feira, 30 de agosto de 2013

OS DEPUTADOS E SENADORES NÃO ENTENDERAM O RECADO DO POVO

Ao invés de uma reforma política, uma minirreforma eleitoral. Este parece ser o máximo de mudanças que o Congresso Nacional aprovará para vigorar na eleição de 2014. Pouco, quase nada em relação ao que pediram as multidões que foram às ruas em junho – e ao desejo dos cidadãos de bem deste país.
A agilidade e a aparente boa vontade demonstradas durante e logo após os protestos cederam lugar à tradicional lerdeza com que os temas políticos, principalmente os polêmicos, são tratados no Brasil. E como alguns deles contrariam frontalmente parlamentares, acumulam-se motivos para a morosidade.
A rapidez com que foram aprovados e sancionados projetos importantes, como o que classifica corrupção e peculato como crimes hediondos, ou, razão inicial das manifestações, a redução das tarifas de ônibus, teve efêmera duração. Já não se fala mais em reformas, a ideia de um plebiscito foi se apagando, e sobressaem-se apenas tentativas de remendos, diferente das profundas transformações almejadas. Talvez por isso 52% dos brasileiros admitem desinformação sobre reforma política.
Os protestos terão restrito reflexo sobre o pleito de 2014. É que pela lei eleitoral, novas regras só poderão vigorar se aprovadas até 2 de outubro próximo.
Frustrando a enorme expectativa criada, parlamentares entregam-se ao ritmo do atropelo para ajustes em medidas de diminuto efeito prático. Pelas propostas que tramitam, é possível que haja proibição de alguns tipos de gastos, como placa e pintura de muro, seja encurtado o período de campanha e alteradas as datas de convenções partidárias.
São mudanças nada ousadas, acomodadas no limite do mínimo necessário para dar uma satisfação. Financiamento de campanha e prazo de mandatos, pontos importantíssimos, ficam para trás. O impacto da mobilização, nesse campo, não passa de ajustes. Chega a ser provocativo. Reação de quem não entendeu o recado.


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