terça-feira, 13 de agosto de 2013

CONHECIMENTO DO POVO



Agosto é o mês do folclore no Brasil. De origem inglesa, a palavra folclore significa “conhecimento popular’’. Isso quer dizer que toda manifestação da cultura de um povo faz parte do folclore, que é transmitido de uma geração a outra. Aí estão incluídos o artesanato, hábitos e costumes, alimentação, vestimentas, danças. As canções de ninar, as cantigas de roda (“atirei o pau no gato”, “a canoa virou” etc), brincadeiras, jogos e também os mitos e as lendas são parte do folclore.
O folclore brasileiro é riquíssimo. Reúne marcas dos diferentes povos que formaram o país, principalmente o indígena, o africano e o europeu. No que se refere às lendas e mitos, diversos personagens habitam o imaginário popular: Iara, Negrinho do pastoreio, Curupira, Saci-pererê, Mula sem cabeça etc. Muitas surgiram da necessidade que os povos antigos tinham de explicar fatos e acontecimentos. Como não conseguiam fazer isso de modo científico, criavam as lendas e mitos.

. Saci-pererê - É campeão em popularidade. O negrinho arteiro tem uma perna só, usa gorro vermelho e está sempre com o cachimbo na boca. Ele vive nas matas. Apronta travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos e acordar pessoas com gargalhadas, por exemplo. Grande parte de sua popularidade deve-se ao escritor brasileiro Monteiro Lobato, que o imortalizou em suas histórias do Sítio do Picapau Amarelo. A origem da lenda do Saci é duvidosa. Alguns a atribuem aos índios, já que o termo saci-
pererê é de origem tupi; outros, aos portugueses, pois também há uma lenda no folclore de Portugal sobre um negrinho travesso. Em 2005, foi criado o Dia do Saci, comemorado em 31 de outubro.

. Boitatá - Representado por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais, perseguindo e matando aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do Boitatá em cartas do padre José de Anchieta, em 1560. No Nordeste Boitatá é conhecido como “fogo que corre.”

. Curupira - Assim como Boitatá, o Curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que depredam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do Curupira.

. Iara - Também conhecida em algumas regiões como Mãe-d’água. A personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas. Na mitologia universal, é a sereia.

O Negrinho do Sul

O Negrinho do Pastoreio é uma lenda do folclore brasileiro nascida da no Rio Grande do Sul. De origem africana, surgiu no século XIX, período em que ainda havia escravidão no Brasil. 
De acordo com a lenda, havia um menino negro escravo, de 14 anos, cuja tarefa era cuidar dos cavalos de um rico fazendeiro. Um dia, o menino voltou do trabalho e foi acusado pelo patrão de ter perdido um dos cavalos. O fazendeiro mandou açoitar o menino, que teve que voltar ao pasto para recuperar o cavalo.
Após horas, ao retornar à fazenda sem o cavalo, foi novamente castigado. Desta vez, o patrão o colocou, nu, amarrado sobre um formigueiro. No dia seguinte, o patrão tomou um susto. O garoto estava livre, sem ferimento e montado no cavalo que havia sumido. Próximo a ele, avistava-se Nossa Senhora. O menino beijou a mão da santa em agradecimento por tê-lo salvado e partiu com o cavalo.
Desde então, o Negrinho do Pastoreio ficou conhecido pelo poder de encontrar coisas perdidas. Segundo a crença, ao perder algo, basta pedir para o menino que ele ajuda a encontrar. Em retribuição, a pessoa deve acender uma vela. Alguns dizem que a vela é para iluminar a noite e ajudá-lo a encontrar o objeto perdido. Outros acreditam que é para o menino levar ao altar de sua santa protetora.

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