sexta-feira, 23 de agosto de 2013

AQUILO QUE SEMEAMOS UM DIA VAMOS COLHER

Roberto e Euclides eram dois irmãos e nasceram em família pobre. Apesar de crescerem juntos e frequentarem a mesma escola, os dois tinham personalidades bem diferentes. Roberto era trabalhador e esforçado, Euclides gostava de festas e fazia muito sucesso com as moças. Na cidade em que viviam, existia uma grande empresa e os dois foram contratados, mais ou menos na mesma época. O emprego e o salário não eram grande coisa. Os dois foram admitidos como faxineiros. Euclides fazia o mínimo possível, enquanto Roberto procurava o máximo e estava sempre pronto para horas extras e fazia todos os cursos que a empresa possibilitava.
Passaram-se anos e Euclides foi fazer a faxina na sala principal da empresa, onde naquela noite aconteceria uma grande festa. Alguém, que não conhecia o parentesco entre os dois, comentou: que excelente pessoa é o Roberto, afável e competente. Nesta noite recebera a homenagem que mereceu. Não sei se você sabe, mas Roberto é meu irmão, comentou Euclides. Espantado o interlocutor disse: mas ele é gerente e você faxineiro? Pois é, concluiu Euclides, você vê como a vida é ingrata, ele teve sorte e eu não.
Uma velha afirmação garante: aquilo que semeamos, um dia vamos colher. Quem semeia flores, colherá flores; quem semeia espinhos, colherá espinhos; quem nada semeia, nada colherá. Outra afirmação ainda mais contundente: somos livres para escolher a semente que vamos semear, mas um dia seremos obrigados a colher a semente que semeamos.
Sorte ou azar também acontecem uma ou outra vez na vida. A lógica, porém, prevalece: há causas e consequências. O bem ou o mal que semeamos, cedo ou tarde voltarão para nós. Frequentemente ouvimos de pais bem-intencionados: meu filho não tem sorte no emprego, não tem sorte no amor, ninguém o compreende, todos estão contra ele! E põem a culpa no mundo, quando o culpado é ele mesmo.
O Evangelho conta a parábola dos talentos. Um patrão deu a seus empregados determinada soma de talentos. Eles deveriam negociar com eles. No regresso, dois empregados devolveram os talentos multiplicados, mas um deles enterrou seu talento na terra. Os dois primeiros foram recompensados, mas o terceiro perdeu até o talento que tinha. Deus deu a todos diferentes qualidades. Nem todos servem para tudo, mas todos podem marcar seu lugar. Não se trata de competir contra os outros, mas competir consigo mesmo. Isto significa acolher e dar a maior dimensão possível ao talento. Cada um tem sua medida e Deus aceita todas as medidas, por pequenas que sejam. Mas aquele que enterra seu talento, isto é, não aceita partilhar, não assume a dimensão do serviço, este se exclui. E ainda se lamenta: não tenho sorte.

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