sexta-feira, 24 de maio de 2013

TEMOS TEMPO PARA TUDO NESTE MUNDO.


Uma tribo indígena vivia tempos difíceis no norte mato-grossense; a caça e a pesca haviam diminuído drasticamente, a seca castigava a pouca plantação e muitas doenças afligiam o grupo. Diante disso, o cacique sentiu-se obrigado a fazer alguma coisa. Altas horas da madrugada, acompanhado de um pequeno grupo, assaltou a farmácia do posto da Funai e levou todos os remédios disponíveis. 
Chegando à aldeia, reuniu a tribo e convidou os índios para que se servissem dos medicamentos. E explicou: são remédios, portanto, fazem bem à saúde. Xaropes, anticoncepcionais, sabão líquido, drogas contra a gripe, pomadas, remédios faixa preta, nada se salvou.
No dia seguinte, quase todos os índios estavam internados com diferentes sintomas, sendo alguns casos graves de intoxicação. O bom senso garante que tudo é bom no tempo certo e na medida certa. Apenas a proporção separa o remédio do veneno. Isso vale para medicina e vale para a vida.
Dois viajantes foram surpreendidos por um leão na floresta. Um deles ajoelhou-se e
começou a rezar enquanto que o outro, mais esperto, subiu numa árvore. Certamente,
aquela não era a melhor ocasião para rezar.
Primeiro devemos fazer a nossa parte. Só depois temos o direito de pedir ajuda divina. Primeiro suba na árvore, aí você terá tempo de rezar e esperar que o leão canse e vá embora.
Uma farmácia não faz parte do mundo da saúde, mas da doença. O remédio é um caso já do excepcional. A saúde é garantida por uma vida metódica, sem exageros de qualquer tipo, com alimentação sadia, com o necessário descanso. É a saúde preventiva. Quando, apesar de todos os cuidados, a saúde não vai bem, ai é a hora do médico, do hospital e da farmácia. De preferência no tempo certo. Pode ser perigoso esperar para mais tarde.
A milenar sabedoria bíblica lembra: “Há tempo para tudo debaixo do céu e o momento certo para cada coisa. Tempo de nascer e tempo de morrer. Tempo para plantar e tempo para colher. Tempo para chorar e tempo para rir. Tempo para abraçar e tempo para separar. Tempo para calar e tempo para falar. Tempo para guardar e tempo para jogar fora. Tempo de rasgar e tempo para costurar...”
Há tempo certo para orar e tempo certo para trabalhar. Por melhor que seja a oração não esgota a dimensão humana. Mais: ela deve estar unida à vida. A oração diária  não podem faltar, mas Deus não está apenas nesses momentos. No dia a dia, nas frestas do cotidiano, devemos perceber a presença de Deus. Aquilo que celebramos no domingo, devemos executar ao longo da semana, unindo assim fé e vida.
Remédios e orações não plenificam. Vida é também sonhar, sorrir, amar, perdoar, recomeçar... E este modo de viver é porta da vida plena e definitiva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário