sexta-feira, 17 de maio de 2013

FRAUDES EXPÕEM GANÂNCIA E FRAGILIDADE NA FISCALIZAÇÃO.


Uma semana após ganhar destaque com a Operação Concutare, que descobriu um complexo e fraudulento esquema de concessões de licenças ambientais, o Rio Grande do Sul voltou a ocupar lugar de destaque na vitrine nacional dos escândalos. Agora, com a revelação de que dezenas de milhões de litros de leite foram adulterados para aumentar o lucro de transportadores e empresários.
A adulteração do leite - com o uso de água de poço para aumentar a quantidade e de ureia e formol para tentar mascarar - criou uma combinação perigosa para a saúde de pessoas e mostrou que a ganância não tem limites. Esse crime inominável expôs ainda uma realidade que deve preocupar a todos, porque apresenta falhas em praticamente todas as etapas da elaboração de um produto de consumo diário e quase universal.
As investigações concluíram que, no caso do leite, os transportadores, agindo como intermediários, cometeram crime contra a saúde pública e o Estado, na medida em que adulteravam notas fiscais. Mas como uma matéria-prima tão nobre é usada pela indústria sem que uma fraude dessas dimensões seja percebida? Por que sofisticados equipamentos e normas de inspeção sanitária, tidas como rigorosas, nada detectaram? Obviamente houve falhas no controle de qualidade e na fiscalização, mecanismos indispensáveis para a proteção da saúde do consumidor.
Ficaram manchadas as imagens de intermediários, como quem transporta, das indústrias, de agentes que deveriam fiscalizar com eficiência e, de certa forma, foi abalada também a confiança no setor – com os bons pagando pelos maus. Motivos mais do que suficientes para determinar a revisão de processos e de responsabilidades. E, o mais importante, para que haja a punição exemplar de quem, por dinheiro, colocou em risco a saúde de milhões de pessoas.

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