sexta-feira, 3 de maio de 2013

RECOMPENSA E CASTIGO

A humanidade, de uma forma geral, foi condicionada a realizar ou a deixar de fazer qualquer tipo de coisa em cima de dois fins: recompensa ou castigo. Lamentavelmente.

Desde cedo fazemos isso e nossos pais, consciente ou inconscientemente, nos conduzem a isso: choramos para receber leite, gememos para receber atenção e assim vai. Quando crescemos um pouquinho, começamos a fazer gracinha para ganhar algo, deixamos de pegar algo para que não recebamos um tapa ou um castigo e o processo continua... Daí, crescemos mais um pouco e realizamos coisas para receber elogios, evitamos outras para não receber sanções disciplinares. Quantos de nós já não ouvimos de nossos pais: “se você fizer isso vai ganhar aquilo que tanto sonhou, mas se não fizer não o terá”? Pois é... isso se estende ao campo espiritual também, entre outros que também analisaremos.

As pessoas passaram a “adorar” a DEUS, a ir à igreja, a realizar ritos ou outras atividades espirituais em função de querer receber uma recompensa, seja ela nesta vida, seja em outra. Ou ainda, fazem tudo isso não por pensar em uma recompensa, mas por temer um castigo. Será que o princípio de adoração não deve ser outro? Será que a motivação não deve ser embasada mais no amor e na gratidão por tudo o que ELE já deu e fez, ao invés de pensarmos, originalmente, no que podemos ganhar ou no que podemos perder?

E no âmbito profissional a lógica permanece. Quantos que realizam suas tarefas de forma entusiástica pensando apenas numa promoção a curto prazo e quantos são os outros que fazem apenas o básico para afastarem a idéia de demissão? Não se envolvem em suas atividades, não dão o seu máximo. Esquecem de que a empresa lhes paga para fazer o melhor, para vê-los fazer aquilo que demonstraram ser capazes na primeira entrevista. Deveriam fazer o melhor, pois se lhes abriu uma porta, uma oportunidade para obterem rendimentos e perspectivas de crescimento, mesmo que seja somente intelectual.

E isso se estende ao campo amoroso ou de relacionamento. Quantos relacionamentos não se deterioram ou diminuem em intensidade, porque um dos dois ou ambos buscam falar e fazer coisas somente para obter um carinho ou um sorriso, e deixam de expor seus sentimentos, suas vontades, com medo de que isso não seja bem recebido e o relacionamento se rompa? Ainda há aqueles que só fazem um gesto de carinho se recebem outro. Se não recebem, reclamam ou não fazem mais. E o amor incondicional? Só é lindo nas poesias ou nas histórias de amor?

A comparação pode parecer grotesca, mas os animais são assim: os cachorros, por exemplo, são adestrados para rolar, deitar no chão, pular obstáculos, fazer brincadeiras, para no fim receber um biscoito.

Precisamos nos livrar dessas correntes onde os elos se intercalam entre castigo e recompensa.

Obviamente, enquanto houver mundo sempre existirá essa relação e vez ou outra, nos depararemos com ela. Todavia, devemos mudar um pouco o foco e parar de fazer as coisas unicamente para receber uma recompensa ou não receber um castigo. Precisamos fazer muitas coisas simplesmente pela vontade de fazer, por achar que alguém merece, por gratidão, incondicionalmente. Quando for fazer alguma coisa, empenhe-se e diga: "Devo e vou fazer o meu melhor, o resto é conseqüencia!"

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