sexta-feira, 17 de maio de 2013

CRISTIANISMO SEM IGREJA

Uma dona de casa decidiu fazer um bolo, seguindo um livro de receitas. Procura o livro, abre a página e começa sua tarefa. A receita pede seis ovos, mas na casa existem apenas cinco. Em vez de ir ao mercado decide: um só não vai fazer falta. 
O passo seguinte: “Derrame na vasilha um litro de leite”. Novo problema: na geladeira está um litro de leite. Já havia sido aberto e contem três quartas partes. Não tem problemas, imagina a dona de casa, e utiliza apenas o leite que tem. “Adicionar uma colher de baunilha”. Ela tira a colher e vê que sobrou um pouco e, para não desperdiçar, põe todo o conteúdo. “Colocar 800 gramas de farinha de trigo”. Quem sabe, decide, coloco um pouco mais e o bolo ficará maior. Último item da receita: “Cinco colheres de açúcar cristal”. O açúcar faz mal, pensa a dona de casa, e substitui o açúcar por algumas gotas de adoçante.
Levado ao forno, o bolo fica pronto em doze minutos. Resta saber se alguém vai comer e gostar do bolo. Por educação, a visita vai dizer que o bolo está muito bom e pode até pedir a receita.
A criatividade é uma das características de nosso tempo, mas não deve ser confundida com indisciplina. Esta prática é encontrada no trânsito, na saúde, nos estabelecimentos de serviço. Acontece sobretudo no campo da fé. A pessoa acaba por determinar os limites da própria crença e prática religiosa. É uma religião à moda da casa. Cresce em toda a parte a legião dos cristãos sem Igreja. A autonomia se torna absoluta. Cada um funda a própria religião.
Com a indicação do Papa Francisco, participantes deste grupo encheram-se de esperanças. Quem sabe, o Papa vai desativar alguns pecados, pensam eles. Isto significa, sobretudo, a aceitação do aborto e da sexualidade sem fronteiras, justificando: tudo o que é feito por amor é santo. Na Revolução Francesa, Madame Roland proclamou: “Liberdade, quantos crimes se cometem em teu nome”. Isso vale também para o amor.
Existem milhares de religiões com todo o tipo de proposta e facilidades. Religiões por apenas R$ 1,99. Estão disponíveis. Quem não quiser seguir a proposta de Cristo, escolha um destes caminhos, mas não queira modificar a doutrina do Mestre, diluindo- o no comodismo e na irresponsabilidade. Passarão os Céus e a Terra, mas as minhas palavras não passarão, proclama Jesus. 
É ainda Ele que fala do caminho estreito. Estreito, mas que possibilita a passagem. É caminho seguro. Na cozinha e na fé existe a receita, que deve ser seguida. São Francisco traçou seu destino numa só frase: Seguir o Evangelho , sem falsas interpretações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário