sexta-feira, 24 de maio de 2013

DEMOS MAIS UM PASSO RUMO AO DESCONTROLE CLIMÁTICO


Maio de 2013 crava mais uma marca negativa no calendário ambiental do planeta. Pela primeira vez na história recente o nível de concentração de dióxido de carbono na atmosfera ultrapassou o patamar simbólico de 400 partes por milhão (ppm). Eram 314,7 em 1958, 385,4 em 2008 e, dia 9, atingiram 400,03 ppm.
Na prática, isso quer dizer que os alertas emitidos há décadas pela comunidade científica, em particular os 2.500 cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climática da ONU, foram ignorados. E a Terra entrou em “zona de perigo”, segundo classificação das Nações Unidas.
O mais preocupante é que atingiu-se o nível considerado de risco para que os fenômenos climáticos ocorram sem um mínimo de previsibilidade. Ou seja: saem os ciclos da natureza, entra o descontrole.
Outra ameaça: o objetivo fixado em 2009 era manter o aquecimento global a um máximo de +2°C em relação aos níveis de antes da era industrial. Se esse limite for superado, o planeta pode entrar em um sistema climático marcado por fenômenos extremos. Com 400 ppm de concentração de CO2, o aquecimento global será de pelo menos 2,4°C.
O planeta já havia registrado concentração superior, mas isso foi entre 3 e 5 milhões de anos atrás, na era do Plioceno. Com uma relevante diferença: jamais houve acumulação de gases na atmosfera tão rapidamente como está ocorrendo.
É possível reverter este quadro? Sim, com a redução da emissão de gases, o que depende de uma resposta política dos grandes poluidores, China e Estados Unidos à frente. Passa também por atitudes individuais, como a exposição “Cool Globes”. Promovida por ambientalistas, tenta sensibilizar as pessoas e provocar reflexão sobre o aquecimento global através da arte. Se a frieza dos números não surte efeito, pode ser que a educação ambiental a partir da simplicidade consiga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário