Crise enfrentada pela avicultura brasileira devido à
escassez de oferta de grãos, à disparada nos preços de milho e soja e à falta de
crédito para produtores e indústrias deverá provocar em 2012 a primeira queda da
produção do segmento pelo menos desde 2000. A afirmativa é do presidente da
União Brasileira de Avicultura, Francisco Turra. “O volume deverá ficar 1 milhão
de toneladas abaixo das 13,1 milhões de toneladas de carne de frango produzidas
em 2011. As exportações devem cair, 10%, na primeira retração desde 2006, quando
o surto de gripe aviária reduziu o consumo mundial”, acrescenta.
O país
convive ainda com a exportação de milho. Provocada pela quebra da safra
americana, a corrida de importadores pelo grão brasileiro deve reduzir os
estoques de passagem a 4,4 milhões de toneladas no início de 2013, nível
perigoso em comparação com as 14,2 milhões de toneladas do começo de 2012. O
sinal vermelho acendeu em agosto, quando as vendas externas cresceram 81,1%
sobre o mesmo mês de 2011, para quase 2,8 milhões de toneladas. As perdas nos
EUA superaram as 100 milhões de toneladas e isso provocou severa baixa nos
estoques mundiais e estimulou forte alta dos preços. O impacto direto dessa
baixa e, consequentemente, da alta dos preços, é sentido mais na produção de
carnes - o milho é a base para a ração de animais. Com isso, elas têm sofrido
reajustes consecutivos.
Farelo - O milho, que custa R$ 18 a saca no
Centro-Oeste, chega ao Sul entre R$ 32 e R$ 34, o que representa alta de 44%
este ano. No caso do farelo de soja, os preços passaram de R$ 600 para quase R$
1,4 mil a tonelada.
Com os custos em alta o preço da carne de frango no
mercado interno subiu 25% desde janeiro e deverá ser elevado em mais 10% a 15%
até o fim do ano. Já o preço da carne suína não sustenta vigor semelhante, mas
pode subir mais do que os 4% apurados. Já a carne bovina deve continuar em alta.
O reajuste médio chegou a 3% em setembro.
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