terça-feira, 9 de outubro de 2012

PERDOAR.


Um pai de família estava gravemente enfermo e isto preocupava os filhos, pois ele se recusava a perdoar um cunhado. A filha observou: o senhor reza tantas vezes o Pai Nosso e ali se diz: perdoai nossas ofensas assim como nós perdoamos! Eu perdoo a todos, disse ele, menos este cunhado, ele me prejudicou demais. A filha insistiu; o Pai Nosso não admite exceções. É preciso perdoar a todos em vida, pois depois da morte será tarde. O pai examinou a questão e propôs: está bem, eu perdoo se tiver que morrer, mas se eu melhorar, a questão fica como está...
Já se escreveram milhares de livros abordando a oração, suas fórmulas e métodos. Existem, igualmente, muitos manuais contendo orações de todos os tipos e para diferentes necessidades. Cada fiel, sobretudo a partir de certa idade, elabora sua maneira de rezar. Uns se apegam mais às fórmulas decoradas, outros buscam inspiração na Bíblia Sagrada. Há também os que procuram lugares sagrados ou mesmo motivos que brotam da vida e da natureza. Todas as fórmulas são boas, mas cada um deve procurar o seu jeito. Muitos santos são modelos de diferentes tipos de oração.
São Francisco podia ficar horas inteiras diante de um crucifixo, repetindo “Meu Deus e meu tudo!” Mas ele sabia também rezar pelos caminhos. Para ele, todas a criatura era convite para chegar ao Criador.
Rezar é colocar-se diante de Deus. É um diálogo cheio de cumplicidade, sinceridade e amor. Mais que falar, é escutar. Mais que pedir, é agradecer. Na condição de pobres, temos o direito de pedir. Mas isto não significa pressionar a Deus para que mude as situações. Queremos entender qual vontade de Deus para que a possamos acolher. E a vontade de Deus é que seus filhos e filhas sejam felizes. E por isso não há nenhum motivo para temer a santa vontade, mas todos os motivos para acolhê-la.
Uma fórmula consagrada pede unir fé e vida, aquilo que rezamos com aquilo que fazemos, unir a celebração dominical à atividade da semana. Mais que rezar fórmulas, o cristão é convidado a rezar a vida. De resto, o próprio Jesus no Pai Nosso nos ensinou como rezar, unindo as coisas do Pai – o nome, a vontade, o Reino, com as coisas dos filhos; o pão, o perdão e a capacidade de perdoar.

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