Não se tira a razão de quem questiona. Se a fé estivesse sempre acesa e em ação
entre os humanos não haveria necessidade de se dedicar um ano especial à fé,
assim como um tempo especial de campanha da fraternidade. Porém, já que todos
estamos sujeitos à indiferença, à rotina e ao esquecimento, necessitamos de um
alerta e um tempo forte para despertar nossa atenção às virtudes fundamentais
que garantem o dinamismo da vida humana e cristã.
. Quando se afirma que a
“porta da fé está sempre aberta”, logo vamos entendendo que a iniciativa da fé
não parte do nosso lado. Não somos nós os inventores da fé ao tamanho de nossas
buscas. Antes de procurarmos a entrada na dinâmica da fé, alguém já nos abriu a
porta e a mantém sempre aberta, de dia e de noite.
Nem o Papa, nem os bispos,
nem os religiosos e nem mesmo os leigos mais conscientes somos a origem do ato
de fé. O ato de fé não pode ser reduzido a uma operação humana. Esta verdade
básica da fé não nos permite certos juízos simplistas. Certos agentes de
Igrejas, cansados e com visão errada, facilmente criam um clima de pessimismo e
desalento, publicando juízos pessoais sobre a descrença da sociedade atual e a
morte da fé até mesmo nas instituições religiosas.
“A porta da fé está sempre
aberta”. Em momento algum da história humana se ouviu falar de Deus fechando a
porta, nem forçando a entrada. A fé é o mais precioso tesouro que nos é
oferecido como dom. Deus, que no-la oferece, achega-se à nossa liberdade,respeitando-a e aguardando nossa decisão.
Nós, humanos, nos debatemos;
desencadeamos crises; provocamos noites escuras de fé; esvaziamos a vida de seu
sentido maior e perdemos de vista horizontes onde se situa a porta sempre aberta
da fé. Talvez o ano da fé possa nos re situar, interpelando a nossa
liberdade e jamais prescindindo desta, como de nossa responsabilidade.
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