terça-feira, 23 de outubro de 2012

DESPERDIÇAR... UMA PRÁTICA BRASILEIRA.

Ao pagar R$ 6.200,00 de impostos, exclamou a irônica mãe de família: “Eu saberia onde gastá-los sem desperdiçá-los. Duvido que o governo faça o mesmo!”.
Semanalmente somos colocados diante de mais um escândalo de dinheiro público desviado. É o ralo por onde escapam os impostos, porque são muitos.
Fazemos parte de um país cujo governo se acostumou a arrecadar e a não devolver. Ele emprega mal e paga mal, porque em alguns casos paga menos que deveria e, em outros, paga em excesso. A presidente da República tem salário menor do que alguns funcionários de segundo escalão. A casuística em geral rima com desperdício.
Certamente seríamos muito mais que a sexta economia do mundo se não fôssemos um dos dez países mais corruptos do planeta.
Na administração há os honestos que gostariam de ser bons prefeitos, bons governadores e bons presidentes e por convicção são incapazes de roubar um alfinete do povo. Mas entram com a melhor das intenções e no sincero desejo de arrecadar o suficiente para poder melhorar a vida dos mais pobres. Aí vêm as pressões dos corruptos e dos grupos de poder que sabem aonde está o dinheiro e como arrancá-lo. Em pouco tempo o político bem intencionado ou se cala, ou morre, ou renuncia. E mais um bando de bandidos infiltrados na política esfrega as mãos de contente. Venceram!
Entre eles e os traficantes, a única diferença é o tipo de tráfico. Mas ambos traficam: ou com tóxicos ou com dinheiro desviado do povo. Não sentem o menor remorso: coisa de psicopata. O Brasil é uma nação ferida pela corrupção endêmica. O agente arrecadador lembra o sujeito que, cada vez que senta à mesa, precisa de cinco pratos para saciar seu enorme apetite e nunca está satisfeito. Somos o país do desperdício: desperdiçamos água, cereais, comida e impostos muito bem recolhidos e muito mal preservados ou aplicados.
Um dia talvez votaremos nas pessoas certas. E elas vencerão a máquina de desviar fundos municipais e nacionais. Mas enquanto não votarem pró reformas vai ser difícil votarmos nas pessoas certas. Não votam por quê? Você sabe?

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