A fome constrói cenários dramáticos, produz vítimas
inocentes e representa um desafio permanente à humanidade. Não há quem não
condene; são muitas as receitas políticas e econômicas sugeridas como solução;
pesquisas, estudos e relatórios se acumulam - mas na prática as iniciativas
exitosas são raras.
Se ver uma pessoa sem comida já é motivo para uma
mobilização geral, dá para imaginar o que precisaria ser feito para acabar com o
sofrimento de 870 milhões de pessoas que comem pouco ou nada. Este é o número
apontado pelo documento Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2012, divulgado
na semana passada.
O estudo revela que houve uma redução de 132 milhões de
pessoas no total de famintos ou subnutridos no planeta. Apesar do expressivo
número, é inadmissível que o mundo conviva com tanta gente passando fome.
Principalmente quando se constatam avanços tecnológicos em praticamente todas as
áreas – e mais escancaradamente ainda quando se aprovam orçamentos militares que
consomem centenas de bilhões de dólares.
O quadro se torna mais injusto –
como se fosse possível descer ainda mais na escala da desumanidade – quando se
apura que entre os desnutridos há 100 milhões de crianças, e que 2,5 milhões
delas perdem a vida a cada ano por falta ou ausência de alimentação.
O tão
criticado internamente Bolsa Família é reconhecido no exterior como referência
no combate à fome. Esta não é a solução ideal, mas se ajuda a matar a fome de
crianças e adultos, sua implementação já está plenamente justificada. Que outras
providências semelhantes sejam adotadas. Que se aumente a produção agrícola, que
os alimentos não sofram a manipulação dos interesses comerciais e sejam melhor
distribuídos... Enfim, que não se meçam esforços e criatividade para que nenhuma
pessoa seja privada de um prato de comida, o que para 870 milhões de seres
humanos é o divisor entre a vida e a morte.
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