terça-feira, 11 de outubro de 2011

VEJA O QUE NOS SEPARA DA CRISE BANCÁRIA

Os economistas gostam de usar a figura dos ‘canais de transmissão' para indicar os mecanismos pelos quais as crises e bonanças se disseminam pelo sistema. A crise financeira mundial vive agora seu estágio mais virulento e delicado --a ante-sala de uma crise bancária, um dos canais de transmissão mais temidos pelo capitalismo. Seu epicentro são as instituições financeiras do euro sobre as quais desceu o manto da desconfiança. Com razão. Há tres meses, o Dexia, por exemplo, que acaba de falir, foi avaliado como a 12ª melhor instituição européia no teste de stress promovido pelo BCE. Quando ninguém mais confia em ninguém o crédito se retrai porque a chance de um calote aumenta. Esse retraimento já prejudica o comércio internacional, o que ilustra o potencial sistêmico de um colapso na banca do euro. O sistema bancário europeu acumula a nada desprezível soma de 6,5 tri de euros em títulos de solvência questionável numa situação de liquidez arredia como essa. A quem os bancos vão vender as suas carteiras? Estima-se que a metade disso forme atualmente um dos maiores micos da história do sistema capitalista.

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