domingo, 16 de outubro de 2011

O SABER É IMPORTANTE, MAS INCOMPLETO

É muito conhecida a figura do Cristo, Bom Pastor, retratado pelo pintor inglês William Holman Hunt (1827 – 1910). Além de pintor, Holman era também psicólogo e o Cristo, por ele retratado, carrega uma lanterna na mão esquerda e com a direita bate à porta de uma casa. A obra foi muito bem recebida pelo público, mas um crítico notou um erro grosseiro no quadro: a porta não tinha fechadura. O artista explicou: essa porta é assim mesmo, é a porta do coração, só se abre de dentro para fora.
Desde a antiguidade, a pessoa é definida como ser racional. Ela não deixa de ser, mas é também possuidora de sentimentos. Blaise Pascal sintetizou este ponto de vista afirmando: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”. A cultura moderna deu-se conta disso e fala da inteligência emocional.
O saber é importante, mas incompleto.
É preciso levar em toda parte o coração.
A inteligência pode tornar-se estéril, só o coração garante uma vida humana. “No coração do homem reside o princípio e o fim de tudo”, garante o escritor russo Leon Tolstoi.
À semelhança da porta do pintor inglês, o coração das pessoas se abre por dentro. Isso não pode ser esquecido, sobretudo na educação da fé. Muitos manuais de catequese parecem ignorar isso e se preocupam apenas com a inteligência da criança. São normas, leis, mandamentos, obrigações, orações decoradas.
“saber mais para amar mais”. Sem o coração, o saber se torna dominação. Por outro lado, os sentimentos devem ser controlados e iluminados pela razão. O sentimento não é apenas impulso. A emoção, iluminada pela inteligência, torna a pessoa verdadeiramente humana.


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