terça-feira, 11 de outubro de 2011

NOSSA HOMENAGEM A PAULO FREIRE

No último dia 19 de setembro faria 90 anos o grande educador brasileiro Paulo Freire. “Distraídos” estávamos pela vergonha da corrupção, a reunião de Nova York onde a presidente pronunciou discurso, o Rock in Rio e todas as idas e vindas dos times de futebol para justificar seus milionários salários. Por isso, talvez, a data tenha passado menos celebrada do que seria justo e necessário. E por isso voltamos a ela para agregar homenagem a este que tanto a merece.

Paulo Freire nasceu em Recife, a 19 de setembro de 1921. Formou-se em Direito em 1947, mas cedo revelou sua paixão pela educação e pela cultura. No mesmo ano, assumiu a diretoria da Divisão de Educação e Cultura do Sesi-PE e em 1954 foi nomeado superintendente do Departamento Regional do mesmo órgão, cargo que ocupou até outubro de 1956.
Em 1960 doutorou-se em Filosofia e História da Educação ao defender a tese “Educação e atualidade brasileira”, na qual lançou a proposta pioneira de uma escola democrática, centrada no educando e na problemática da comunidade em que está situado. O objetivo da educação aí traçado por Paulo Freire pretende ser capaz de provocar no estudante a passagem de uma consciência ingênua para uma consciência crítica e transformadora. Essa tese, levemente modificada, foi publicada em “Educação como prática da liberdade”, primeira grande obra do notável pedagogo.
Em 1962, Paulo Freire criou o Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife, sendo seu primeiro diretor. E em 1963 sua obra ganhou amplidão nacional, com a experiência de alfabetização de Angicos (RN), onde foram lançadas as bases do Programa Nacional de Alfabetização do Governo João Goulart. O golpe militar extinguiu o Programa, que pretendia educar os brasileiros de forma libertadora, prendeu e exilou seu idealizador.
Paulo Freire passou a viver fora do Brasil: Bolívia, Chile, EUA, Suíça. Nesses países trabalhou incessantemente, escrevendo e disseminando suas ideias de uma pedagogia que partisse do universo vocabular do oprimido. Edificava seu método em palavras geradoras que vão construindo o mundo de expressão do indivíduo situado, o qual passa a ser sujeito de sua história e da transformação que ela exige. Suas obras adquiriram renome mundial e Paulo Freire, impedido de voltar à sua pátria, tornou-se um verdadeiro andarilho da educação, levando suas ideias e propostas mundo afora.
Em tempos de voraz consumo de tudo e de todos, inclusive da educação e do conhecimento, possa a celebração dos 90 anos deste grande pedagogo ensinar-nos algumas coisas fundamentais. Por exemplo, que a educação, seja formal ou informal, familiar, escolar, ou universitária deve - antes de mais nada - ajudar a pensar sem impor; ajudar a criar sem oprimir; ajudar a interferir libertadoramente na realidade sem medo e sem censura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário