sexta-feira, 21 de outubro de 2011

É A PARTIR DE PRINCÍPIOS QUE SE DEVE FAZER POLÍTICA

Faltando um ano para as eleições municipais, estão adiantadas as negociações para indicar nomes e fazer alianças políticas. As primeiras iniciativas confirmam uma prática usual na democracia brasileira. As opções doutrinárias e as preocupações com o bem comum não são prioridades para a maioria absoluta da classe política. Trata-se da conquista do poder de qualquer maneira. As alianças mais inverossímeis são feitas e os concorrentes são escolhidos em função de maiores possibilidades de triunfo. Depois do pleito, em nome da governabilidade, são formados blocos sem identidade ideológica. É a partilha do poder.
Este oportunismo e nossa tradicional corrupção fazem com que a própria democracia caia em descrédito. Muitos, desiludidos, negam-se a participar, como se isso fosse possível. O velho Aristóteles - quatro séculos antes de Cristo - afirmava que o “O homem é, por natureza, um animal político”. Aquele que diz não participar da política está fazendo uma opção política. Somos políticos mesmo antes de nascer. No seio da mãe já temos direitos políticos. Quando recusamos participar, abrimos o caminho para os piores. Berthold Brecht, morto em 1956, fulminava os omissos: “O pior analfabeto que existe é o analfabeto político”.
No atual período legislativo, num total de 5.563 prefeitos, nada menos de 274 perderam seus mandatos em virtude de ilícitos, antes ou depois das eleições. E outros processos estão em andamento. A democracia tem seu remédio específico: em cada eleição, aprovamos ou desaprovamos os governantes. Um antigo provérbio garante: se alguém te engana uma vez, o culpado é ele; se alguém te engana uma segunda vez, ambos são culpados. Por fim: se alguém te engana pela terceira vez, você é o culpado. Política não pode visar o poder, mas o bem comum. E política se faz com princípios.

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