sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A REALIDADE É IGUAL PARA TODOS, O QUE MUDA É O ÂNGULO EM QUE CADA UM A VÊ.

Um circo armou suas tendas quase no centro de um povoado do interior. Lá estavam os palhaços, elefantes, macacos, cachorros amestrados, o anão que engolia fogo... Outras atrações faziam a alegria da população. Entre elas destacava-se a Casa dos Mil Espelhos. Diziam que era assombrada, cheia de mistérios. Quem entrava podia ser amaldiçoado ou contemplado com a felicidade. As pessoas olhavam, sem coragem de entrar, mesmo com a entrada grátis.
Depois de algumas horas, um grupo de moradores criou coragem e pediu para entrar. Foram informados que o ingresso seria individual, uma pessoa por vez. O primeiro a entrar foi um senhor de setenta anos, avô querido por todos, sempre sorridente Ao sair comentou: todos devem entrar, é um lugar maravilhoso, cheio de encanto e felicidade. O segundo a entrar, era conhecido pelo seu mau humor. Saiu pior do que entrou. Garantiu que fora enganado e lá dentro só havia ressentimentos e ódio. Uma jovem, enamorada da vida, também entrou. Saiu com olhos brilhantes e sonhadores e aconselhou: entrem e verão!
O mundo é como a Casa dos Mil Espelhos. Se olharmos com alegria e encantamento, veremos apenas coisas boas e alegres. Mas quando o enfrentamos com ódio, mágoas, ressentimentos, veremos somente o negativo. O mundo que vemos está dentro de nós. As coisas que percebemos refletem nossa imagem, nosso estado de espírito. E isso afeta o relacionamento das pessoas, dentro da lógica da causa e da consequência, da semeadura e da colheita.
Todos, sem exceção, criamos determinados filtros, através dos quais vemos as pessoas e a realidade. Há os que usam filtros carregados e escuros. É o filtro do pessimismo, da mágoa, do ressentimento. Outros, mais inteligentes, usam filtros claros, que atendem pelo nome de otimismo, compreensão, solidariedade. Para estes, o mundo é um bom lugar para viver.
A realidade é igual para todos, o que muda é o ângulo com que cada um a vê. Uma parede branca apresenta um ponto preto. Alguns apenas têm olhos para a brancura da tela, outros para o pequeno ponto negro. Alguém pode lamentar que um frasco de licor esteja pela metade, outro se alegra com a metade existente. A abelha suga a flor e produz mel, a vespa suga a mesma flor e só é capaz de ferir.
E não podemos deixar de olhar-nos no espelho. Olhar pela janela é bom, olhar no espelho é necessário.






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