terça-feira, 18 de outubro de 2011

AS PESSOAS DE IDADE TEM DIREITO A UMA RECOMPENSA DIGNA

O Estatuto do Idoso, que completou no dia primeiro de outubro oito anos de vigência, representou avanços significativos para os brasileiros que estão na chamada terceira idade. Porém, basta olhar com senso crítico para a realidade predominante para se concluir que falta muito para que o idoso deste país tenha uma vida digna.
Uma das maiores injustiças está na aposentadoria. Cidadãos que contribuíram para o crescimento do Brasil com décadas de trabalho são obrigados a sobreviver com um rendimento minguado, insuficiente até para as necessidades básicas - e justamente num período em que cuidar da saúde exige mais gastos.
Tão ou mais cruel é a situação de idosos abandonados em asilos. Além da dor da solidão, suportam as más condições de casas que jamais foram fiscalizadas de forma efetiva - e por isso se transformam em depósitos de seres humanos à espera da morte.
Há deficiências flagrantes no atendimento médico-hospitalar, ausências de opções de lazer, de oportunidades de convivência comunitária na nova fase da vida... É preciso muito mais do que é oferecido.
Os governantes brasileiros não podem ignorar a existência de 20 milhões de habitantes com idade entre 60 e 64 anos. Também não têm o direito de virar as costas para o que apontam estudos de comprovada seriedade: o país envelhece rapidamente, tanto que, em 2030, terá 22,5% de sua população com mais de 65 anos - esse percentual, hoje, equivaleria a 45 milhões de pessoas.
A estrutura familiar é fundamental para dar suporte ao idoso, insubstituível como fonte de afeto e de atenção. Mas são indispensáveis políticas públicas para dar-lhe o mínimo de bem-estar. Envelhecer não pode ser confundido com uma sentença inapelável, como se após dezenas de anos de lutas e sacrifícios a recompensa fosse apenas o fim de horizontes - o fim da vida.

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