sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O QUE NOS IDENTIFICA COMO CRISTÃOS

Bem no centro da cidade havia uma grande igreja de tijolos vermelhos, com vitrais coloridos e uma torre muito alta. O templo, rodeado de muitas ruas e avenidas, recebia muitas pessoas, sobretudo aos domingos. No altar-mor, via-se um grande Cristo pregado numa cruz de madeira escura, ressaltada por iluminação indireta. Era o local preferido pelos devotos, que ali colocavam seus pedidos e suas ofertas.
Num dia qualquer, um caminhão e um automóvel chocaram-se em frente à igreja. Os féis – não eram muitos - correram para ver de perto os destroços dos dois carros. Havia sangue e pessoas feridas, mas ninguém fazia nada, ninguém tentava ajudar ou mesmo chamar a polícia ou uma ambulância. Os feridos gemiam e seus gemidos acabaram por chegar à igreja. Lá do alto da cruz, Cristo escutava os gemidos. Vendo que ninguém socorria os acidentados, para grande espanto dos presentes, Cristo soltou os pregos das mãos e dos pés e desceu correndo pelo corredor da igreja, dirigindo-se ao local dos feridos.
Todos ficaram espantados ao verem um homem seminu e coroado de espinhos chegar ao local do acidente, estancar as hemorragias e entrar numa cabine telefônica para chamar uma ambulância. Só então os curiosos se deram conta e começaram a exclamar, entusiasmados: É Jesus, milagre, milagre!
Olhando-os com firmeza e serenidade, Jesus disse: o único milagre que existe é o amor. Pouco adianta as pessoas irem à igreja se não aprenderem a amar, especialmente os mais necessitados. Esse é o grande mandamento Em seguida, Jesus abriu passagem entre os curiosos, voltou de novo à igreja e subiu outra vez para a cruz.
Essa história é adaptação do conto de escritor alemão Günter Herburger e aponta para o essencial de nossa fé. É ainda uma crítica aos cristãos dominicais. Os que louvam a Deus no domingo e vivem como pagãos ao longo da semana.
O grande milagre é o amor. Se nos amássemos de verdade, o mundo mudaria, diminuiria o sofrimento e viveríamos mais felizes. Paulo tece um hino maravilhoso para o amor: “Ainda que eu tivesse toda a fé a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, nada seria. O amor é paciente, o amor é prestativo, não é invejoso, não se orgulha, nada faz de inconveniente... Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará” A solução não é deixar de ir à igreja, mas levar a caridade às ruas e ao cotidiano.






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