terça-feira, 23 de agosto de 2011

DOENÇA... COMO LIDAR COM ELA.

Não é bom inventar doenças! Isso todos sabemos, mas não é tão estranha essa invenção indesejada. Há crianças que buscam atenção dos pais e dos adultos e, quando não conseguem, apelam por uma doença inventada. Não bastasse o lamento expresso em palavras, apela-se até para o grito e o choro. Há desmaios, febres e pressão alterada que chegam para chamar atenção, não só por parte de crianças, mas também de adultos. Só faltaria dizer: “Vejam que eu existo!” Aqui aparecem doenças que são sintomas de outras, escondidas e mais profundas.
Hoje em dia não podemos esconder o sol com a peneira. Apesar dos mais sofisticados avanços da ciência, particularmente da medicina, parecem aumentar assustadoramente as somatizações que começam na dimensão espiritual e/ou psicológica. Dizem que estamos vivendo num mundo doente. O que aparece é o iceberg revelado num corpo frágil, a esconder a complexidade da vida humana mal tratada.
Ninguém gostaria de ser doente e nem ter doentes ao seu redor. Porém, diante de uma cultura que trata tão mal a vida em sua totalidade, o sofrimento vai criando novas configurações e novos cenários. Todo o progresso é bem-vindo, porém é evidente o descompasso que está deixando o lado humano num clima de triste desconforto. Os elementos mais primários da vida e da convivência, como a alegria, a cortesia, o respeito, o cuidado, e o zelo pela dignidade parecem estar relegados ao ridículo.
Graças a Deus, hoje estão surgindo homens e mulheres com alto nível de sabedoria. Esses e essas vão criando escola atenta à saúde global. Há um rumor de anjos da ciência, que sabem valorizar a espiritualidade como fator de qualidade de vida e recurso para a resistência e a cura.
Não podemos duvidar que o sofrimento constitui uma das experiências básicas da existência humana. Nascemos em meio à dor e morremos abraçados pelo sofrimento. Entre o nascer e o morrer, há também uma trajetória de fragilidades que podem nos surpreender a qualquer momento. Tudo isso faz parte de nossa contingência humana.
Mas dentro deste universo de imensa riqueza e fragilidade, onde o tesouro da vida se vê envolto em vasos de barro, existe um imenso desejo e o sonho de um mundo sem dor. Qualificar a vida em todas as suas dimensões é assumi-la como dom e responsabilidade. Porém, teimar em suprimir toda dor e todo limite parece ser um caminho contrário ao amor. Um sábio antigo dizia: “Enquanto não passa pela dor, o amor não deixa de ser pueril e imaturo. Só a dor consegue aprofundar a experiência do amor”.
Sobre o sofrimento e a doença, a angústia e a dor, multidões já se debruçaram para encontrar explicações, remédios e soluções. No entanto, o clamor por vida e saúde nunca parou e continua sempre mais intenso.

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