sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O DIA A DIA DA VIDA

A bem da verdade, empreender a caminhada de um dia, uma semana, um mês e um ano é sempre uma certa aventura no desconhecido. A não ser quem vive numa redoma de isolamento, todos e em todo o tempo estamos expostos às surpresas da vida e da convivência. Há surpresas de todo tipo e de todas as proporções. Há surpresas agradáveis e animadoras que chegam para resolver impasses e abrir horizontes de esperança. Há surpresas que abalam corações, fazem estremecer o mundo e complicam a história, questionando todos os progressos. O dia a dia da vida nunca traz escrito todo o programa exato do que possa acontecer. Quando menos se espera, podemos ser acometidos por uma doença ou podemos nos ver curados de um mal e retomar a caminhada, podemos nos deparar com um problema econômico ou receber a notícia de uma promoção no emprego, podemos nos alegrar numa festa ou nos abater com uma tragédia.
O mundo todo, e em todo o sempre, está sujeito às mais diversas surpresas. Em nossos dias, o progresso da comunicação faz do mundo uma casa de vidro. Nenhuma surpresa fica no anonimato. O que acontece em qualquer canto do mundo, no mesmo instante todos ficamos sabendo. O ruim de tudo é que, geralmente, os piores acontecimentos são os que chegam primeiro e mobilizam intermináveis comentários com as mais diversas interpretações.
Conheço pessoas que já não querem mais assistir, nem ouvir e nem ler notícias do dia a dia. Há quem alega que, para poder sobreviver em paz, precisa se desligar do mundo. Certamente, atitudes assim também não ajudam, nem à pessoa e nem à história. Cresce também o número dos que cultivam a indiferença e treinam a perda do senso trágico. A perda do senso trágico termina se tornando um triste caminho de frieza e insensibilidade.
Dizem os críticos da história que os sobreviventes da bomba de Hiroshima e Nagasaki, para poderem viver no meio dos destroços, fizeram um pacto de indiferença. Caso contrário, o pânico seria outra bomba a continuar causando prejuízos. Nesse caso, até podemos justificar, pois a surpresa lhes teria roubado todas as esperanças.
As surpresas fazem parte do ritmo imprevisível do nosso viver aqui. Somente quando percebemos a realidade como é podemos nos dar bem e lidar bem com ela e viver neste mundo como pessoas livres e responsáveis. Muitas vezes construirmos ilusões acerca do mundo e da história. Daí surgem os medos e inseguranças: medos de seus abismos, de suas trevas, do destino, do caos, da ameaça que nos espreita no imprevisível do dia a dia.
Pode parecer difícil, mas para superar nossos medos nada melhor do que cultivar a determinação e investir no amor, pois no amor não há temor. Não podemos ser vítimas de um impiedoso conformismo. “Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de destruir e tempo de construir; tempo para chorar e tempo para rir;... tempo de procurar e tempo de jogar fora... Compreendi, então que nada de bom existe senão alegrar-se e fazer o bem durante a vida”

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