sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

QUALIDADE DE VIDA E AS RIQUEZAS DO BRASIL

O Brasil é a sexta economia do planeta. A notícia, divulgada por insuspeitos organismos internacionais, foi recebida com euforia e triunfalismo. Ultrapassamos o poderoso e histórico Império Britânico. A lista ainda é encabeçada pelos Estados Unidos, vindo a seguir a China, Japão, Alemanha, França e Brasil. Inglaterra, Itália, Rússia e México completam a lista dos 10 mais. O critério é o PIB (Produto Interno Bruto) de cada país.
As projeções indicam que em 2020 - faltam oito anos - a China ultrapassará os Estados Unidos, em terceiro estará a Índia e depois Japão, Rússia, Alemanha, Brasil, Reino Unido, França e México. O PIB chinês, naquela data, será superior a US$ 28 trilhões, contra US$ 22 trilhões dos EUA. O Brasil ficará longe desses dados. Nosso PIB será de apenas US$ 3,8 trilhões. Mas a realidade é ainda menos poética. Mesmo com a sexta economia, continuamos um país pobre. É a descoberta feita pelo então presidente Garrastazu Médici, em pleno fervor revolucionário: o Brasil é um país rico, mas os brasileiros são pobres. Nossa qualidade de vida está longe de rivalizar com a dos cidadãos do Reino Unido.
As reformas macroeconômicas e institucionais realizadas pelo país nos últimos anos fizeram a economia deslanchar a partir das exportações e do crescimento do mercado interno. No entanto, continuamos como um gigante de pés de barro, do sonho de Nabucodonosor (Dn 2,1). Ainda contamos com mais de onze milhões de favelados e o esgoto corre a céu aberta em muitos municípios brasileiros. Temos problemas graves nas áreas de saúde e educação. A renda cresceu, mas a distribuição de renda deixa muito a desejar.
As mazelas continuam. O Brasil é um dos campeões na carga tributária, criando dificuldades para competir no mercado mundial. Além disso, existe a cultura da corrupção a partir dos nichos do poder civil e econômico.

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